Investimentos na Volks garantem acordo de estabilidade

Fotos: Divulgação VW

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, participou na última segunda-feira, do evento que celebrou os 60 anos da Volks no Brasil, na fábrica de São Bernardo, primeira planta da montadora no País.

No evento, a empresa reafirmou os inves­timentos de R$ 7 bilhões até 2020, sendo que R$ 2,6 bilhões já foram gastos na adequação da planta da Via Anchieta para a produção de dois novos carros, conforme negociado, desde 2012, entre os Metalúrgicos do ABC e a montadora, no acordo aprovado pelos tra­balhadores em 2015.

Em entrevista à Tribuna, Wagnão avaliou os impactos dos investimentos para os traba­lhadores na Volks, para a categoria e para a região do ABC.

Tribuna Metalúrgica – Qual a importância desse anúncio?

Wagnão – A fábrica aproveitou o aniver­sário de 60 anos para confirmar o início da produção do Polo, que já está na linha. Os R$ 2,6 bilhões já foram investidos na revitalização da fábrica. O que está sendo feito agora é um estoque para o lançamento do carro.

TM – Qual o impacto dessa notícia para a região?

Wagnão – Essa notícia é ótima para a região. Enquanto assistimos a essa queda de produção e discussão sobre demissões, ter uma montadora tão importante para o País anunciando o início de produção de um veí­culo e confirmando lançamento de outro, já para o início de 2018, é uma notícia que tem um impacto muito positivo.

TM – Esse anúncio contradiz aqueles que acreditam que o ABC deixará de ser o maior polo automotivo do Brasil?

Wagnão – Aquela história de que o ABC está deixando de ser produtor de automóvel não é verdade, há empresas investindo aqui na região e pensando no futuro. E o que é princi­pal, isso dá garantia de longevidade, o nosso acordo de garantia de emprego vai até 2021.

TM – Com a produção desses veículos, os tra­balhadores em layoff voltarão para a fábrica?

Wagnão – São 687 trabalhadores que estão em layoff pela queda de produção e pela trans­ferência de produção do Gol para a planta de Taubaté. Assim que for aumentada a produção do Polo, esse pessoal vai saindo do layoff e do PPE (Programa de Proteção ao Emprego, hoje chamado de PSE). Tanto é que não está prevista para o mês de setembro a utilização de PPE na Volks.

TM – Já é possível falar em novas contratações?

Wagnão – Antes de falar em contratação, esses trabalhadores que hoje estão em layoff, precisam voltar para a fábrica.

TM – O Sindicato teve participação significa­tiva neste processo. Como foi isso?

Wagnão – Esse carro não é produto de agora, é o resultado de um acordo que come­çou com negociações em 2012 com a Volks e depois, em 2015, confirmamos a vinda da plataforma MQB para a Anchieta. A questão não é o modelo do veículo, o que determina essa produção é o tipo de plataforma em que esse carro é feito e agora temos essa plataforma mundial na unidade de São Bernardo.

TM – O que aconteceu exatamente em 2012, 2015 e 2016?

Wagnão – Foram três momentos impor­tantes, em 2012, a discussão sobre reestrutura­ção da fábrica e em 2015, a greve que fizemos quando a empresa anunciou 800 demissões. Além de reverter as demissões, confirmamos a vinda para a Anchieta dessa plataforma e em 2016 definimos quais modelos seriam produzidos.

TM – O que é essa plataforma?

Wagnão – Essa é uma plataforma mundial desenvolvida na Alemanha, que ainda não existia no Brasil. Ela abre espaço para pro­dução de outros veículos, além desses dois produtos, o Polo e o Virtus.

TM – A Volks planeja a fabricação de outro modelo para a planta de São Bernardo?

Wagnão – A fábrica fala na produção de uma SUV e de uma picape, sem definir em qual planta, mas hoje a planta da Anchieta tem capacidade para receber esses produtos e quaisquer outros.

Da Redação.