Campanha Salarial começa a discutir cláusulas para barrar impactos da reforma Trabalhista
Foto: Edu Guimarães
Durante a reunião da Plena na manhã de ontem, os dirigentes que representam os trabalhadores nas mesas de negociação com as bancadas patronais na Campanha Salarial 2017, conduzida pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, defenderam as cláusulas novas que rebatem a reforma Trabalhista.
O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, explicou que as cláusulas pré-existentes já foram discutidas e que agora serão debatidas as novas.
“Nunca foi tão imprescindível assinar as cláusulas coletivas em uma Campanha Salarial. Com o fim da ultratividade, se não tivermos uma Convenção Coletiva assinada, significa que as cláusulas sociais não terão nenhum sentido. A constituição dos metalúrgicos é a Convenção Coletiva de Trabalho”, comparou.
“O que precisamos pautar em primeiro plano são as cláusulas sociais. Se conseguirmos avançar neste ponto, será a grande vitória de frear essa reforma absurda”, reforçou o coordenador de área, Genildo Pereira Dias, o Gaúcho.
“Conseguindo aprovar essas cláusulas de barreira, a reforma Trabalhista terá pouco impacto na base. Cabe a nós fortalecer o debate e a mobilização”, destacou o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos.
“Em todas as mesas de negociação colocamos que queremos cláusulas de salvaguarda e isso vai depender de luta e organização”, afirmou a secretária da Mulher na FEM-CUT, Andrea de Sousa, a Nega.
“Nós mulheres temos que manter a mobilização e insistir nas cláusulas sobre amamentação e aumento da licença paternidade, porque sabemos como elas são necessárias”, pontuou a CSE na TRW, Maria Gilsa Macedo.
Fotos: Adonis Guerra
Rodadas de negociação
No último dia, 17, a FEM-CUT retomou a mesa de negociação permanente com o Grupo 2. “O fato de o Grupo 2 ter assinado uma convenção de dois anos, permite que todo o calendário de negociação permanente seja um espaço de aprofundamento do debate sobre a reforma”, explicou o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.
A bancada do G2 reafirmou a validade da Convenção Coletiva de Trabalho até agosto de 2018 e se comprometeu a dar sequência à negociação.
No mesmo dia, houve reunião com a bancada do Sindicel que terminou sem avanços na negociação.
Grupo 3
Na tarde do dia 22, a reunião foi com o Grupo 3. Na oportunidade, as bancadas debateram as cláusulas novas, que reivindicam garantias aos trabalhadores em vias de aposentadoria, com procedimentos cirúrgicos agendados, estabilidade de 180 dias aos pais biológicos ou adotantes e também estabilidade de sete meses para gestantes.
Apesar de já ser realidade em muitas empresas do Grupo 3, a jornada de 40 horas foi negada pela bancada patronal.
A Campanha Salarial 2017 tem como tema “Resistência, Unidade e Luta”. A data-base é 1º de setembro e estão em Campanha 198 mil trabalhadores na base da FEM-CUT.
O que é Ultratividade?
A ultratividade reconhece que cláusulas coletivas integram os contratos de trabalho mesmo após o término de sua vigência, até que novo acordo coletivo venha a ser assinado.
A pauta da FEM-CUT propõe
Assegurar que as convenções e acordos continuem valendo até que outros sejam negociados.
Da Redação.