Comissão inicia debate nas fábricas sobre violência contra mulher
Fotos: Edu Guimarães
A Comissão das Metalúrgicas do ABC iniciou na terça-feira, 17, o debate com as companheiras nas fábricas em São Bernardo, Qualimolde e Volks, sobre o Outubro Rosa, que incentiva a prevenção ao câncer de mama, e a Campanha: Basta! Mulher não é saco de pancadas, de combate à violência contra a mulher.
A coordenadora da Comissão, Maria do Amparo Ramos, contou o caso da metalúrgica Geyse Andrade da Silva, de 22 anos, assassinada em agosto quando chegava ao trabalho na Revoluz, em Diadema. “É muito importante nos conscientizarmos sobre a importância da prevenção do câncer de mama, mas também sobre a violência de gênero que mata muitas mulheres no Brasil e no mundo”, destacou a coordenadora.
A taxa de mortes por feminicídio no Brasil é a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, OMS. De janeiro de 2015 a junho de 2017, foram 142 casos no Estado de São Paulo. Se forem considerados também os casos detentativa, em que o agressor não conseguiu matar a mulher, o número de registros da Secretaria de Segurança Pública salta para 417.
“Nós mulheres temos que debater os assuntos que a sociedade está banalizando. Esses casos estão acontecendo com muita frequência e a sociedade não pode se calar”, ressaltou a diretora executiva do Sindicato, responsável pela Formação, Michelle Marques.
A CSE na Volks, Rosimeire Conceição Pinto, a Rosi, contou como foi a recepção na fábrica. “Percebemos que as companheiras gostaram muito da conversa, se emocionaram e, inclusive, pediram para que também falemos com os homens. É um assunto delicado, mas que precisava ser inserido na nossa pauta. É urgente falar sobre isso!”.
Solidariedade
A Campanha arrecadará doações para a família da companheira Geyse, que deixou dois filhos pequenos, com a venda de camisetas a R$ 30. As peças podem ser adquiridas com o representante do Sindicato na empresa ou direto no Departamento de Comissões. Tel. 4128-4282.
A Campanha será encerrada no dia 30 de outubro, com uma caminhada até a matriz de São Bernardo, com a presença de outros sindicatos, dos movimentos feministas e de direitos humanos.
Da Redação.