Sinpa racha com G3 e assina Convenção Coletiva com a FEM-CUT

Fotos: Adonis Guerra

O Sinpa, sindicato patronal da Indústria de Parafusos, assinou na tarde de ontem, na sede da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, em São Bernardo, a Convenção Co­letiva de Trabalho, CCT, que garante a cláusula de salvaguarda contra a reforma Trabalhista.

O sindicato patronal, que repre­senta 26 empresas, com 1.211 traba­lhadores na base do ABC (confira lista abaixo), rachou com o Grupo 3, que inclui ainda Sindipeças e Sindiforja, para negociar separadamente a Cam­panha Salarial com a FEM-CUT.

“O fato de um dos sindicatos que compõem o G3 ter procurado a Federação para poder reproduzir o acordo que fizemos com outros gru­pos mostra que estamos no caminho correto, priorizando a Convenção Coletiva e entendendo que isso é mui­to importante para os trabalhadores neste momento difícil”, observou o presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

“Mas também traz tranquilidade para as empresas e segurança para que a gente possa tocar o dia a dia nas questões que surgem no mundo do trabalho nas fábricas”, completou.

O presidente criticou a intransi­gência de algumas bancadas patro­nais. “Principalmente o Sindipeças, que tenta liderar o bloco dos que não querem chegar ao entendimento por achar que é possível retirar di­reitos com a reforma Trabalhista de qualquer forma sem que haja reação por parte dos trabalhadores”, disse. “Quem não busca o acordo, como Sindiforja, Sindicel e G10, mostra, no mínimo, uma má intenção velada”, prosseguiu.

Luizão reforçou que a Federação continua aberta à negociação. “Aos sindicatos patronais que queiram chegar a um entendimento conosco, basta se enquadrar naquilo que a FEM-CUT já fechou com os grupos”, explicou.

O acordo assinado com o Sinpa é o mesmo aprovado em assembleia geral dos metalúrgicos do ABC no dia 24 de outubro. Mantém todas as cláusulas sociais firmadas na última Convenção, além de incluir a cláusula de salvaguarda contra a reforma Tra­balhista que garante o compromisso de negociação com o Sindicato para qualquer mudança que os patrões queiram efetuar baseados na nova legislação trabalhista.

O reajuste salarial foi negociado com base na reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, de 1,73% (acumulado de setembro de 2016 a agosto de 2017).

Histórico

Em 2015, o Sinpa também rachou com o Grupo 3 e assinou a Conven­ção com a Federação. Em 2016, rea­tou com a bancada patronal e seguiu a decisão do G3 de não assinar a CCT.

Para o presidente da Federação, apesar da conquista da assinatura, es­ses rachas dificultam as negociações. “Essas divisões aumentam as agendas de reuniões, dividem os trabalhadores e nos deixam cada vez mais distante de um acordo coletivo nacional”, la­mentou Luizão.

Da Redação.