Pai de santo entrega a Lula imagem de Xangô, o orixá da justiça
Fotos: Cláudio Kbene
Na tarde desta segunda-feira, 2, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita do pai de santo Antônio Caetano de Paula Junior, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O religioso comparou a prisão política do ex-presidente à resistência dos povos representados nas religiões de matriz africana. “Hoje a população de meus ancestrais, os pretos velhos, os indígenas, os caboclos, têm voz no presidente”, disse.
O encontro faz parte da visita espiritual, que o ex-presidente recebe toda semana. Antônio Caetano disse que uma entidade enviou uma mensagem a Lula expressando desejo de que Xangô, orixá guerreiro que luta por justiça, possa levar essa palavra a ele. “Foi um momento muito bonito, muito caro. Ele pegou a imagem, abraçou e falou que, para ele, sempre foi muito importante dar voz a todas as vozes, que quem cala uma, acaba por calar todas”, relatou.
“A umbanda e o candomblé representam a resistência. Essas religiões resistiram ao tempo e à violência. Essa busca tem a ver com a resistência do presidente. Durante cerca de 400 anos tentaram calar as vozes dos negros, dos mais pobres, tentaram calar a voz dos indígenas, que eram milhões e hoje são milhares, e a umbanda e religiões de matriz africana herdam a resistência dos nossos pais e das nossas mães”, completou.
Antônio Caetano criticou os ideais que norteiam a extrema-direita e a direita no Brasil e mencionou episódios de ataques a centros religiosos de origem africana como característicos desse pensamento.
O pai de santo também lembrou as iniciativas dos governos petistas como exemplos de inclusão das populações perseguidas ao longo da história, como a exigência legal para que as escolas ensinem sobre a herança dos negros e indígenas e políticas de reafirmação de gênero e raciais.
“Essas políticas trazem o respeito e resgate dos que foram massacrados. Lula carrega o DNA dessas almas”, declarou.
Da Redação.