Sindicato sedia debate sobre pessoas em situação de rua
Fotos: Adonis Guerra
O Sindicato sediou ontem um encontro em forma de roda de conversa para debater o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado em 19 de agosto. A data foi criada para lembrar o assassinato de sete moradores de rua na Praça da Sé, no centro de São Paulo, entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004.
Participaram da conversa integrantes do Movimento População de Rua e do Coletivo de Direitos Humanos, além de líderes religiosos.
O diretor executivo do Sindicato, responsável pelo Departamento de Saúde, Carlos Caramelo, lembrou que uma das principais marcas da categoria é a solidariedade na luta, o que faz do Metalúrgicos do ABC um sindicato cidadão.
“Sabemos que há muitas questões que levam as pessoas à situação de rua, como a ausência de políticas públicas e sociais, a ausência da capacidade de quem governa de olhar para os excluídos, para quem está fora do mercado de trabalho. Não podemos esperar que esses governantes tenham a capacidade e a sensibilidade de entender o que essas pessoas passam”.
Sobre o Movimento População de Rua destacou: “É libertário porque respeita as pessoas e o pensar, e a partir disso tenta organizá-las. É a organização que leva às conquistas e a fazer com que haja uma sociedade mais justa, igual e fraterna”.
“Queremos relembrar que o decreto presidencial que norteia a política para a pessoa em situação de rua foi sancionado pelo então presidente Lula que deu uma grande visibilidade para o movimento nacional e para os catadores”, lembrou o coordenador do Movimento População de Rua, Darcy da Silva Costa.
Ex-metalúrgico
Jair Munhon, 64 anos, pai de três filhos está em situação de rua há 10 anos em São Caetano. Ele é metalúrgico aposentado, passou pelas empresas Mercedes e Scania e fez parte da luta sindical, entre as décadas de 80 e 90.
Além de metalúrgico, Jair era atleta, como jogador ganhou campeonatos entre as montadoras. Foi abandonado pela família, segundo ele, por conta de problemas com drogas e bebidas.
“Nem é por mim, eu espero pelo outro, pelos mais novos que estão na rua, quero o melhor para essa molecada que está aí que são o futuro do País, eles precisam saber que após droga tem vida”.
Diretor do Sindicato, Carlos Caramelo, assina carta de adesão à Frente Estadual Antimanicomial – São Paulo
Da Redação.