Vitória! Mais de 42 mil trabalhadores conquistam 5 % e cláusulas sociais
Convenção Coletiva é aprovada no G3 depois de quatro anos sem acordo. G2, G8, Sindratar e Sindicel também conquistam Convenções Coletivas. Segunda-feira é greve nas fábricas dos grupos que não chegarem ao acordo.
Fotos: Adonis Guerra
Na noite de ontem, os Metalúrgicos do ABC, reunidos em Assembleia Geral na Regional Diadema, aprovaram o reajuste salarial de 5% negociado pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, com as bancadas patronais do G3, G2, G8, Sindratar e Sindicel. O reajuste representa aumento real de 1,31% mais 3,64% de reposição da inflação pelo INPC.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, ressaltou que o sucesso da Campanha Salarial é resultado de muita luta.
“Fizemos paralisações e assembleias para pressionar os patrões que se mantinham resistentes ao acordo. A Convenção Coletiva é sucesso à luz das trevas que são a reforma Trabalhista e a terceirização na atividade-fim. É a democratização das relações de trabalho, não essa selvageria que reforma Trabalhista trouxe”, afirmou.
As propostas dos demais grupos que não chegaram aos 5% em uma única parcela foram rejeitadas pelos trabalhadores. Confira detalhes na tabela abaixo.
“Os grupos Fundição, Estamparia e G10 podem nos procurar até domingo para chegar aos 5% e cláusulas sociais. Segunda, dia 22, é greve. A luta é de todos nós”, chamou Wagnão.
Para o presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, a maior vitória foi a conquista do aumento real e da Convenção Coletiva com o G3.
“A grande vitória é ter uma proposta boa do Grupo 3, mas isso foi graças aos trabalhadores, não só aqui do ABC, mas em várias cidades do Estado onde houve pressão. Não tínhamos acordo com esse grupo há quatro anos”, declarou.
“Nos últimos três anos as negociações foram muito desgastantes, evoluíamos até determinado momento, a mesa desfazia e éramos obrigados a buscar acordos por empresas. Agora, apesar do desgaste e toda a dificuldade encontrada, chegamos a um entendimento”, prosseguiu.
“Todo o esforço e a luta valem a pena quando se tem uma categoria igual a essa junto. Cada um contribuiu pressionando de alguma maneira, seja em assembleia nas fábricas ou em conversas nas empresas, o que acabou surtindo esse efeito positivo para que grupos patronais se movimentassem com propostas”.
Cláusulas Sociais
A respeito das Convenções Coletivas de Trabalho, CCT, Luizão explicou que sob enorme truculência patronal em pleno uso da nova Lei Trabalhista, foram feitas algumas mudanças nas Convenções Coletivas vigentes anteriormente para garantir a renovação urgente em vista do fim da ultratividade.
“O que temos hoje de conquistas na Convenção Coletiva é motivo de muito orgulho”, disse.
Após a assinatura das CCTs, as cláusulas serão detalhadas na Tribuna.
PROPOSTAS APRESENTADAS POR GRUPO
GRUPO 3
Em 1º de setembro: 5% de reajuste. Vigência das cláusulas sociais por 2 anos.
APROVADA
SINDRATAR e SINDICEL
Em 1º de setembro: 5% de reajuste. Vigência das cláusulas sociais por 2 anos.
APROVADA
GRUPO 2
Em 1º de setembro: 5% de reajuste, falta definir vigência e detalhar a aplicação desses 5%.
APROVADA
GRUPO 8.3
Em 1º de setembro 5% de reajuste. Vigência das cláusulas sociais por 1 ano.
APROVADA
GRUPO 8.2
Em 1º de setembro 5% de reajuste. Vigência das cláusulas sociais por 1 ano.
APROVADA
GRUPO 10
Em 1º de setembro: Só o INPC (3,64%) Vigência das cláusulas sociais por 1 ano.
REJEITADA
ESTAMPARIA
Em 1º de setembro: Só o INPC (3,64%). 1,5% sobre o salário corrigido pelo INPC a ser pago em 1º de março de 2019, como antecipação da data base de 2019. Vigência das cláusulas sociais por 1 ano.
REJEITADA
FUNDIÇÃO
Em 1º de setembro 4% de reajuste. Vigência das cláusulas sociais por 2 anos.
REJEITADA