40 anos da Primeira Greve Geral dos Metalúrgicos do ABC

A Campanha Salarial de 1979 aconteceu na sequência das greves deflagradas em maio de 1978, que reuniram milhares de trabalhadores em um dos primeiros movimentos após o golpe militar de 1964. As principais reivindicações eram reajuste de 78,1%, piso de três salários mínimos, garantia no emprego, 40 horas semanais e estabilidade para os acidentados.

No início de março daquele ano, as negociações com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a FIESP, chegaram a um impasse. No dia 9, assembleias de metalúrgicos recusaram a contraproposta patronal e indicaram greve a partir do dia 13.

A Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo rompeu no dia 12 a campanha unitária e aceitou 44% de reajuste da FIESP. Os metalúrgicos no ABC mantiveram a deliberação de greve: 185 mil trabalhadores cruzaram os braços em São Bernardo, Diadema, Santo André e São Caetano.

A primeira assembleia durante a greve foi realizada no mesmo dia 13, no Estádio de Vila Euclides, dois dias antes da posse do último presidente da ditadura, general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Como não havia palanque nem sistema de som, Lula, presidente do Sindicato na época, falou para mais de 60 mil trabalhadores de cima de uma mesa e suas palavras foram sucessivamente repetidas e passadas para trás.

Nesse mesmo dia, a FIESP pediu julgamento no Tribunal Regional do Trabalho, o TRT. O Tribunal concedeu apenas os 44% de reajuste e declarou a greve ilegal. Em resposta, os metalúrgicos decidiram continuar parados. No domingo, dia 18, trabalhadores e suas famílias realizaram nova assembleia no Estádio de Vila Euclides com 80 mil pessoas.

Contra todo o aparato formado por cães, cavaleiros, tropas de choque, bombas, cassetetes, fuzis, novos esquemas de piquetes eram utilizados para evitar a repressão. Para isso, contou-se com a presença de parlamentares do MDB, que asseguravam a integridade física dos trabalhadores que até então eram espancados e presos.

No dia 23, o ministro do Trabalho, Murilo Macedo, determinou a intervenção federal nos três sindicatos de metalúrgicos do ABC. Mesmo com a intervenção, a greve continuou até 27 de março quando, em assembleia, foi aprovada trégua de 45 dias entre os patrões e a diretoria cassada de São Bernardo do Campo e Diadema. Nesse dia, Lula pediu a confiança dos metalúrgicos e disse: “Que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores”.

A trégua previa a suspensão da greve e a reabertura das negociações. A Igreja Matriz de São Bernardo passou a ser a sede da direção do movimento. O ato de 1º de Maio reuniu mais de 150 mil pessoas na Vila Euclides. Ao fim da trégua, trabalhadores aprovaram em assembleia no dia 13 de maio acordo que estabelecia 63% de reajuste, entre outros itens. A greve foi encerrada.

CEMPI – Centro de Memória, Pesquisa e Informação do Sindicato

Campanha Salarial de 1979 aconteceu
na sequência das greves deflagradas em
maio de 1978, que reuniram milhares de
trabalhadores em um dos primeiros movimentos
após o golpe militar de 1964. As principais reivindicações
eram reajuste de 78,1%, piso de três
salários mínimos, garantia no emprego, 40 horas
semanais e estabilidade para os acidentados.
No início de março daquele ano, as negociações
com a Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo, a FIESP, chegaram a um impasse. No dia 9,
assembleias de metalúrgicos recusaram a contraproposta
patronal e indicaram greve a partir do dia 13.
A Federação dos Metalúrgicos do Estado de
São Paulo rompeu no dia 12 a campanha unitária
e aceitou 44% de reajuste da FIESP. Os metalúrgicos
no ABC mantiveram a deliberação de greve:
185 mil trabalhadores cruzaram os braços em São
Bernardo, Diadema, Santo André e São Caetano.
A primeira assembleia durante a greve foi
realizada no mesmo dia 13, no Estádio de Vila
Euclides, dois dias antes da posse do último presidente
da ditadura, general João Baptista de Oliveira
Figueiredo. Como não havia palanque nem
sistema de som, Lula, presidente do Sindicato na
época, falou para mais de 60 mil trabalhadores de
cima de uma mesa e suas palavras foram sucessivamente
repetidas e passadas para trás.
Nesse mesmo dia, a FIESP pediu julgamento
no Tribunal Regional do Trabalho, o TRT. O
Tribunal concedeu apenas os 44% de reajuste e
declarou a greve ilegal. Em resposta, os metalúrgicos
decidiram continuar parados. No domingo,
dia 18, trabalhadores e suas famílias realizaram
nova assembleia no Estádio de Vila Euclides com
80 mil pessoas.
Contra todo o aparato formado por cães,
cavaleiros, tropas de choque, bombas, cassetetes,
fuzis, novos esquemas de piquetes eram utilizados
para evitar a repressão. Para isso, contou-se com a
presença de parlamentares do MDB, que asseguravam
a integridade física dos trabalhadores que
até então eram espancados e presos.
No dia 23, o ministro do Trabalho, Murilo
Macedo, determinou a intervenção federal nos três
sindicatos de metalúrgicos do ABC. Mesmo com
a intervenção, a greve continuou até 27 de março
quando, em assembleia, foi aprovada trégua de 45
dias entre os patrões e a diretoria cassada de São
Bernardo do Campo e Diadema. Nesse dia, Lula
pediu a confiança dos metalúrgicos e disse: “Que
ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade
de luta dos trabalhadores”.
A trégua previa a suspensão da greve e a
reabertura das negociações. A Igreja Matriz de
São Bernardo passou a ser a sede da direção do
movimento. O ato de 1º de Maio reuniu mais
de 150 mil pessoas na Vila Euclides. Ao fim da
trégua, trabalhadores aprovaram em assembleia
no dia 13 de maio acordo que estabelecia 63%
de reajuste, entre outros itens. A greve foi encerrada.
CEMPI – Centro de Memória, Pesquisa
e Informação do Sindicato