Trabalhadores na Ford aprovam proposta de pacote de indenização
Fotos: Adonis Guerra
Acordo negociado pelo Sindicato representa vitória dos metalúrgicos nesta batalha, avaliou o presidente Wagner Santana
Os trabalhadores na Ford, em São Bernardo, aprovaram por unanimidade o pacote de indenização negociado pelo Sindicato com a montadora. A assembleia foi realizada na manhã de terça-feira, 30 de abril.
“O nosso objetivo é a manutenção da produção aqui, não importa o patrão. As negociações entre a Ford e o novo investidor estão acontecendo e, se essa empresa assumir a planta de São Bernardo, está garantido que parte dos trabalhadores na Ford poderá ser absorvida após passar por um processo seletivo interno. A luta continua”, afirmou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“Nós vencemos esta importante batalha, com condições vantajosas de encerramento de contrato de trabalho da Ford para uma parcela significativa dos trabalhadores. A aprovação por unanimidade na assembleia estabelece uma forte vitória dos trabalhadores”, disse.
A negociação inclui o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), Plano de Demissão Incentivada (PDI), amparo psicológico, curso de requalificação profissional, ajustes no plano médico, cláusula de quitação dos contratos de trabalho, entre outros.
Também foi garantida a permanência até 30 de março de 2020 dos trabalhadores nas áreas administrativas da Ford que não serão impactados com a decisão da montadora. Passado esse período, a Ford compromete-se a negociar com o Sindicato as condições de continuidade de permanência na região.
Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram a contribuição negocial sobre a data base e a PLR.
“A parte econômica é muito importante neste acordo, mas a maior vitória será a concretização da negociação com o comprador e a conquista da manutenção de parte dos empregos aqui na planta. O próximo passo é garantir a negociação de contratação de trabalhadores com o comprador”, reforçou o coordenador-geral da representação na Ford, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba.
O processo de luta em defesa dos empregos e direitos teve início logo após o comunicado unilateral da montadora de encerramento das atividades em São Bernardo, feito em 19 de fevereiro.
Foram realizadas assembleias, atos, reuniões com governos municipal, estadual e federal, e com a matriz da Ford nos Estados Unidos para tentar reverter a decisão.
O presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil, e ex-presidente do Sindicato, Rafael Marques, reforçou que a participação e consciência dos trabalhadores foram fundamentais para a evolução da proposta.
“Este acordo representa melhores condições para que as pessoas consigam se organizar e decidir o que fazer na sua vida. Tudo isso só aconteceu pela jornada de luta dos trabalhadores na Ford desde o início do ano. Vamos em frente”, concluiu.
Da Redação.