Deputados votam reforma da Previdência que acaba com aposentadoria

Previsão é que votação siga até amanhã. CUT e Sindicato intensificam luta com mobilização em São Paulo e em Brasília

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O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 345 votos a 22, os destaques simples (aqueles apresentados individualmente) à proposta da reforma da Previdência, em votação na tarde de ontem.

Após a rejeição dos destaques foi iniciada a votação do texto principal, que segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve ser votada em dois turnos até amanhã. Para aprovação, o texto precisa de 308 votos dos deputados em cada turno, para então ser enviado ao Senado.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, acompanhou a sessão do lado de fora da Câmara dos Deputados, em Brasília, junto aos trabalhadores, fazendo a resistência e luta contra a reforma.

“Pode ter certeza que vamos lutar até o fim. Vamos continuar fazendo o enfrentamento. Se passar a reforma, vamos marcar o nome de um por um dos deputados e deputadas e denunciá-los como traidores da classe trabalhadora. Muitos dos que votaram pela reforma do Temer não se reelegeram. Vamos demonstrar que este é um Congresso de vendilhões a serviço dos empresários”, denunciou.

Em assembleia na Papaiz, na manhã de ontem, em Diadema, o presidente do Sindicato Wagner Santana, o Wagnão, lembrou que a proposta estabelece que 80% do R$ 1 trilhão que o governo pretende economizar virá das aposentadorias de até 2 salários mínimos. “Está claro de onde vai sair a economia desta reforma, é do dinheiro e do bolso de cada um de nós”.

“Se aprovada, essa reforma será um dos maiores malefícios já feitos à classe trabalhadora. Já enfrentamos a reforma Trabalhista, a terceirização indiscriminada em qualquer posto de trabalho, que foram aprovadas com o mesmo discurso de geração de empregos. Infelizmente, por conta de campanha enganosa de que a reforma vai resolver os problemas do Brasil, muitos trabalhadores acreditaram nisso. Teremos que sofrer na pele para aprender?” questionou.

“Quem teria aposentadoria de R$ 2 mil, cairá para R$ 1.440. Essa é a nova regra. Para aqueles que estão perto de se aposentar é pior ainda. Além de ter que pagar 100% do tempo que falta, que é a regra de transição, cai no cálculo novo, se faltar um ano e meio vai trabalhar 3 anos para receber 60% do que teria direito a receber hoje”, explicou.

“A proposta ainda vai para o Senado e depois para a sanção do presidente, neste período pequeno que falta, temos que fazer a luta que tiver que fazer para tentar reverter parte dessa reforma”, convocou.

Pressão nas ruas

Em São Paulo, movimentos sociais iniciaram mobilização ontem por volta das 17h, na altura do vão livre do Masp, na Avenida Paulista.

A CUT e demais centrais sindicais reafirmaram a mobilização para amanhã com um ato nacional em Brasília, contra o fim da aposentadoria, pela valorização da educação e por emprego, que será realizado em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE).