Governo entrega pré-sal a preço de banana

Dinheiro do pré-sal deve ser utilizado para saúde e educação no país

Em meio ao maior desmonte da história, a Petrobras completou neste mês 66 anos de existência sob ataque do próprio governo à soberania nacional, com entrega das riquezas naturais do Brasil.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, ressaltou que o pré-sal é a maior descoberta de petróleo da atualidade.

“O que o Brasil está entregando a preço de bananas é o futuro. Esse governo fascista e entreguista não quer ver o país se desenvolver, não quer ver esse dinheiro do pré-sal sendo utilizado para saúde e educação”, afirmou.

O megaleilão do petróleo está programado pelo governo para novembro. “O governo vai entregar por R$ 100 bilhões o que vale, por baixo, R$ 900 bilhões”, disse (confira quadro).

“Tristes tempos esses que o Brasil vive, quando os patriotas se revelam, na verdade, vendilhões da pátria, vendilhões do futuro, das futuras gerações, dos nossos filhos, dos nossos netos”, prosseguiu.

As multinacionais levaram 11 dos 12 blocos do pré-sal na 16ª rodada de licitações realizada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), no último dia 10.

“Essas empresas que não tiveram o menor custo, que não investiram um centavo de dólar sequer pra descobrir essa riqueza, agora vão se utilizar dela para enriquecer países já muito ricos tirando de nós brasileiros”, criticou. 

“É por isso que foi dado o golpe, para esse governo entregar esse enorme potencial de riqueza que nós temos, esse é o preço que cada brasileiro e cada brasileira está pagando”, explicou.

O presidente do Sindicato ressaltou que, mesmo com os movimentos que vêm ocorrendo para produção e desenvolvimento do carro elétrico, as empresas não vão abrir mão desse produto natural nas próximas décadas. 

“Quando pensamos em petróleo, logo nos vem à cabeça a gasolina e o diesel, mas não é só isso. O plástico, os potes que você tem em casa, os cosméticos, tantas coisas de utilidade doméstica também contêm produtos de petróleo, que é o que movimenta a indústria química. Essa indústria não está pronta e nem se preparando para mudar sua matriz principal de produção, que é o petróleo”, disse.

“Os carros podem até mudar a sua motorização, mas o plástico utilizado não vai mudar”,  analisou. 

Mobilização

No primeiro ato depois da eleição da nova direção Nacional da CUT, no próximo dia 30, em Brasília, em frente à sede do ministério da Economia, os dirigentes vão defender o patrimônio público, a implementação de políticas de geração de emprego e renda e o fortalecimento do diálogo com a sociedade que precisa saber dos prejuízos que o programa de privatização do governo de Jair Bolsonaro (PSL) representa para o Brasil e para os brasileiros.

“A classe trabalhadora tem uma missão importante de não permitir a destruição da soberania e a entrega dos direitos duramente conquistados”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao convocar para a mobilização em Brasília.

O que está sendo vendido

– Área com reservas comprovadas que vão de 6 bilhões a 15 bilhões de barris.

– Valor cobrado por barril na venda da cessão onerosa: US$ 6 a US$ 7.

– Custo de produção: de US$ 10 a US$ 20 com os impostos e transferências.

– Quanto os vencedores do leilão vão ganhar: até 8 vezes mais, vendendo esse mesmo barril no mercado internacional a US$ 60 dólares.

“Se trabalharmos com a avaliação mínima de 6 bilhões de barris, o ganho com a comercialização do óleo chegará a R$ 800 bilhões, podendo atingir até R$ 2 trilhões. Ou seja, o governo vai vender por R$ 100 bilhões o que vale, por baixo, R$ 900 bilhões. Estão hipotecando o futuro do país a troco de migalhas”, advertiu o professor da USP e ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, em entrevista ao jornal Hora do Povo.