Campanha “Brasil não pode parar” é igual a de Milão, que já matou 4,4 mil pessoas

Arte: CUT Nacional

Enquanto o prefeito de Milão, Giuseppe “Beppe” Sala, reconhece publicamente que errou ao ter apoiado a campanha “Milão não para” depois de a cidade italiana ter registrado mais de 4,4 mil mortes, o governo de Jair Bolsonaro prepara campanha milionária em defesa do isolamento vertical, contrário a todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde que orientaram a população a ficar em isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).

Com o slogan “O Brasil não pode parar”, a campanha de Bolsonaro para estimular os brasileiros a irem às ruas e voltarem a trabalhar, que pode provocar a morte de milhões de brasileiros, custará R$ 4,8 milhões aos cofres públicos, dinheiro que poderia ser usado para diminuir o drama de quem não terá renda alguma durante a quarentena como os informais e os desempregados.

Quando defende o isolamento vertical, Bolsonaro quer dizer o seguinte: ao invés de todo mundo ficar em casa, devem ficar isoladas só as pessoas que estão no grupo de risco como idosos acima de 60 anos, portadores de diabetes, hipertensão e doenças cardíacas ou pulmonares.

“É inadmissível que algo dessa natureza seja feito com o dinheiro público. O governo brasileiro está na contramão do que estão fazendo quase todos os países do mundo. Estão colocando a vida que já não está  fácil, com as medidas que tiraram direitos dos trabalhadores como a reforma Trabalhista e a reforma da Previdência, em risco”, afirmou o diretor executivo do Sindicato, Carlos Caramelo.

Na cidade italiana, a campanha lançada que estimulou os moradores de Milão  a continuar as atividades econômicas e sociais, mesmo sob alerta do risco de propagação do novo coronavírus começou há um mês. A campanha contra o isolamento social foi iniciada na Lombardia, região da qual Milão é a capital, em 28 de fevereiro. Na ocasião, a Lombardia registrava 258 casos confirmados de Covid-19. Nesta sexta-feira (27), já contabilizar 34.889..

No fim de fevereiro, a Itália registrava 12 mortes pela doença. Atualmente, o país contabiliza 80.589 casos confirmados de Covid-19 e 8.215 mortes – 4.474 só em Milão.

“O exemplo italiano só nos mostra que Bolsonaro realmente não está preocupado com a vida dos brasileiros. Não podemos permitir que o governo e o empresariado coloquem o lucro acima da vida. Quem não trabalha em atividade essencial e está sendo obrigado a trabalhar, deve denunciar pelo WhatsApp do Sindicato: 11 9 7407-3791”, alertou o dirigente.

Com informações da CUT