Jovens da periferia fazem história na contracorrente das ações do governo

O coronavírus chegou ao Brasil para escancarar os velhos e conhecidos problemas. Este governo, que contribuiu para enfraquecer o SUS (Sistema Único de Saúde), agora se vê obrigado a adotar medidas de emergência para o sistema de saúde não colapsar.

Foto: divulgação

Uma parte da classe trabalhadora é obrigada a correr risco de contaminação para ganhar o seu sustento, enquanto a outra parte é humilhada pelo governo para receber a conta-gotas um auxílio de R$ 600.

Diferentemente do que o presidente diz, os jovens não estão imunes. Segundo dados do IBGE, a população negra e jovem é a maior parcela da força de trabalho do país. Boa parte destes jovens não tem a opção do home office, pois estão na informalidade ou nos aplicativos de entrega sem a seguridade de um registro na carteira de trabalho e sem o acesso à representatividade sindical. Muitos dos serviços considerados essenciais na atual pandemia têm nos jovens a maior parte da força de trabalho. São eles também o alvo principal da precarização do trabalho.

Em tempos de pandemia, o lema “Noiz por Noiz” impõe uma dimensão prática ao que é resistência diante da total ausência do Estado. Os Coletivos “Alma Preta”, “Desenrola e Não Me Enrola” e o “Periferia em Movimento” se uniram e lançaram o podcast “Pandemia Sem Neurose”, combatendo a desinformação e passando as informações necessárias ao moradores referente ao combate ao coronavírus. A Central Única das Favelas já arrecadou R$ 200 mil para adquirir kits de limpeza e higiene para serem entregues aos cadastrados.

Enquanto o presidente, como chefe da nação, deveria ser o primeiro a zelar pela vida do povo que ele representa, adota um discurso homicida que coloca em risco as vidas de milhares de pessoas ao refutar a gravidade da pandemia e a necessidade de isolamento social.

Por sua vez, a juventude da periferia mostra que não esperar pelo governo é mais do que uma questão de resistência, é também uma questão de sobrevivência.

Na contracorrente do autoritarismo e do abandono social, os jovens da periferia se organizam, cuidam da sua comunidade e se recusam a ouvir o presidente.

Comente este artigo. Envie um e-mail para formacao@smabc.org.br Departamento de Formação