Secretário-geral defende medidas para minimizar impactos em debate sobre retorno ao trabalho presencial

O secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, debateu na manhã de hoje, a volta ao trabalho presencial nas grandes empresas, em live para a TVPT. A consultora jurídica do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Leonor Poço, também participou da videoconferência.

Durante a transmissão o dirigente lembrou que ainda no mês de março os Metalúrgicos do ABC já discutiam e pressionavam as empresas da categoria a pararem e adotarem as primeiras medidas para contenção da pandemia do coronavírus.

 “Conseguimos as primeiras paradas das empresas discutindo diversos mecanismos. Desde março o Sindicato vem pressionando, discutindo e fazendo acordos. Não foi uma questão deliberada pelas fábricas, foi a organização dos trabalhadores que garantiu o isolamento social”, afirmou.

O dirigente contou que agora começa o retorno dos trabalhadores aos postos de trabalho e que o Sindicato está dialogando com as empresas para minimizar os impactos e evitar a volta da totalidade dos trabalhadores. Ele também ressaltou a falta de uma política de combate à pandemia por parte do governo brasileiro.

“Estamos tentando minimizar os impactos e discutindo medidas de segurança. Não há suporte de fato nem para as empresas, muito menos aos trabalhadores por parte do governo. O histórico desse atual governo, assim como foi o do governo Temer, é de desmonte dos direitos e da proteção social”, apontou

Aroaldo disse que o grande debate dos empresários nesse momento é em relação ao crédito que não chega. Segundo o diretor, muitas micros, pequenas e médias empresas estão desesperadas anunciando fechamento e o governo não tem nenhum projeto para a contenção do problema.

“Não há um suporte governamental e os trabalhadores sentem-se pressionados, achando que vão perder seus empregos. Situação diferente do que temos visto em outros países que adotaram medidas de suporte para as empresas e trabalhadores, inclusive com pagamentos de salários. No Brasil temos a ausência de tudo isso. O governo está fazendo medidas tímidas que não chegam até as empresas”, avaliou.

“Temos cobrado o poder público nas diversas esferas devido a este retorno. Estamos pressionando tanto as prefeituras locais, quanto o governo do estado sobre o que pode acontecer. Vamos continuar nessa luta para proteger os trabalhadores”, prosseguiu.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

O diretor dos Metalúrgicos do ABC também debateu que neste momento de pandemia os sindicatos brasileiros estão sofrendo um ataque frontal contra as formas de organização, piorando ainda mais a discussão de alternativas de proteção dos empregos e vida dos trabalhadores.

“Temos um privilégio no ABC de ter uma história de luta e um legado cultural da organização e os trabalhadores sabem da necessidade de discutir suas condições de trabalho e vida. Tentamos impedir a volta da totalidade e por mais que haja pressão das empresas estamos deixando clara nossa posição de proteção dos empregos e dos direitos da classe trabalhadora”, finalizou.