“É urgente taxar grandes fortunas para evitar terra arrasada”

Estudo da UFRJ mostra cenários de impactos da Covid-19 sobre desemprego, economia e arrecadação

Foto: divulgação

Mesmo no cenário mais otimista de estudo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) sobre os impactos da Covid-19 na economia, a situação do país é preocupante se as medidas necessárias para minimizar os efeitos da pandemia não forem tomadas. A análise é do diretor administrativo do Sindicato, Moisés Selerges, que reforça a necessidade de taxar as grandes fortunas de 1% dos brasileiros com renda mensal acima de 80 salários mínimos.

“O estudo projeta o desemprego em até 14,7 milhões, queda na arrecadação de impostos de R$ 88,8 bilhões, queda no PIB de até 11% neste ano.  Nada mais urgente agora do que reforçar a campanha de taxar grandes fortunas para salvar vidas”, defendeu.

“Ainda mais com esse governo de política econômica liberal que acha que não precisa ter gasto público, que é um erro. Então o dinheiro tem que sair de quem tem muito, ou taxamos as fortunas ou o cenário será de pobreza extrema. Aquele ditado ‘depois da tempestade vem a bonança’ não cabe para nós. Depois da tempestade vem fome, peste e guerra. Além da queda, o coice se essa medida urgente não for tomada”, afirmou.

Foto: divulgação

O estudo sobre os possíveis impactos da Covid-19 na economia brasileira em 2020 é do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ e traça três diferentes cenários, otimista, referência e pessimista, todos com efeitos perversos sobre o PIB, emprego, renda e arrecadação de impostos. Acesse a íntegra em https://bit.ly/2YE5y9t.

“As pessoas querem superar primeiro essa pandemia e poderem voltar a uma vida normal. Mas pelo estudo o normal não vai ser o normal que a gente conhecia”, avaliou.

“Para um cenário otimista, teríamos que ter a interferência do poder público, políticas públicas e providências efetivas para que o impacto fosse o menor possível. Mas o governo não dá indicações de que está preocupado, nem que vai aumentar a dívida pública para evitar o pior, então temos que trabalhar com o pior cenário. Por isso, assinem o abaixo-assinado, é urgente diminuir as desigualdades e salvar vidas”, chamou.

#TaxarFortunasParaSalvarVidas

A Campanha foi lançada em 13 de abril pela CUT, demais centrais sindicais, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e entidades do serviço público e de coletivos de auditores. A arrecadação com a medida poderia chegar a R$ 272 bilhões.

Já são mais de 143 mil assinaturas no abaixo-assinado. Assine também para pressionar o Congresso a votar projetos de taxação de grandes fortunas:  http:// chng.it/Pyv9TnLZzc.