“Tem que vender essa p… logo”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a privatização do Banco do Brasil na mesma reunião ministerial do dia 22 com um “Tem que vender essa p...logo”.

Foto: divulgação

O Sindicato dos Bancários e Financiários de SP, Osasco e Região destacou que com essa fala Guedes despreza a função social que uma instituição pública do porte do Banco do Brasil, que esbanja liquidez e rentabilidade, deveria exercer por meio da concessão de crédito para micro e pequenas empresas.

Guedes também desprezou essas empresas: “Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, disse o ministro na reunião.

O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, em sua coluna na Rádio Brasil Atual, reforçou que salvar as pequenas empresas em meio à crise não é jogar dinheiro fora, como sugeriu Guedes. Pelo contrário, dados do Sebrae mostram que 54% dos empregos formais são criados a partir de pequenos e médios empreendimentos.

Fausto também defendeu a economia solidária como alternativa no pós-pandemia. “A lógica de produção solidária, a lógica de produção cooperada tendem a ser elementos importantes nesse enfrentamento, inclusive na alteração da lógica de produção”, disse.

“Quando a gente fala na necessidade de um olhar para essas empresas, não é defender o empresário. É defender um conjunto de trabalhadores que, até por conta de um chamamento ao empreendedorismo, veio trocando a condição de assalariado para trabalhador por conta própria em várias formas”, explicou.

Afronta aos poderes e o baixo calão

Ofensas e desrespeito aos poderes e à democracia estiveram presentes na reunião. Bolsonaro criticou ações de combate ao coronavírus ao dizer “que os caras querem é a nossa hemorroida” e chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “bosta” e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de “estrume”.

Já o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou os ministros do Supremo Tribunal Federal de “vagabundos”: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou que vai pedir prisão de governadores e de prefeitos por regras de enfrentamento à pandemia. “A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos”.