O círculo destrutivo do neoliberalismo
A persistente lógica dos Estados nacionais de subordinação às necessidades do mercado financeiro ao invés de guiar-se pelo bem-estar da sociedade tem produzido uma dinâmica perversa cujo desfecho parece prenunciar uma crise social de grandes proporções.

Em primeiro lugar, ao limitar os investimentos e os gastos do Estado com políticas públicas (seguridade social, saúde, educação etc.) voltadas aos mais pobres, esses cortes aumentam a desigualdade social.
Da mesma forma, essa desigualdade é intensificada pela eliminação de direitos trabalhistas e desregulação do mercado de trabalho, que diminuem a renda da população, que já está sendo afetada pelos cortes dos gastos públicos.
Segundo, ao promover a desigualdade acentuada, as políticas neoliberais inibem o crescimento econômico ao enfraquecer a demanda por serviços e produtos causando recessão econômica.
O baixo crescimento alimenta o círculo destrutivo do tecido social, agravando a situação dos mais pobres com a explosão do desemprego e de formas precárias de trabalho. Nesse quadro, temos o aumento da extrema pobreza e o retorno da fome como parte da experiência de vida de uma parcela de brasileiros.
E em terceiro lugar, para que esse processo de distribuição de renda extremamente desigual e conflituoso não ameace a ordem neoliberal dominada pelo mercado financeiro, a elite econômica e política que se beneficia dessa situação recorre a mecanismos autoritários que impõem limites à democracia e à soberania popular.
A perseguição aos sindicatos e a tentativa de limitar o seu papel de representante dos interesses dos trabalhadores é uma das faces do autoritarismo vigente como estratégia para garantir o mecanismo de acumulação da riqueza de uma pequena elite que submete o conjunto da sociedade aos seus interesses.
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