A indústria de transformação no Grande ABC: uma imagem do emprego e da riqueza na região
A Subseção DIEESE no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC acaba de divulgar estudo sobre a indústria local entre 2000 e 2020, a partir do Valor Adicionado (VA) gerado e do comportamento do emprego com carteira.
A indústria do ABC tem sido afetada por diferentes fatores, desde a consolidação das superpotências na produção global, até o descaso dos governos federal e estadual, omissos na construção de iniciativas destinadas à recuperação da atividade industrial no período recente.
O estudo apontou que a região perdeu 15% em VA entre 2000 e 2017, última informação oficial do IBGE para os municípios. Esse dado reflete a queda de 41% no setor industrial nesse período, ou seja, produzimos muito menos agora do que no início da década. Em números, o VA industrial do ABC somava R$ 50 bilhões em 2010 e se reduziu para R$ 30 bilhões em 2017; de toda a riqueza gerada pela indústria no Estado de São Paulo, 10% tinham origem no ABC em 2010, e apenas 7% em 2017.
A cidade mais afetada foi São Bernardo, com queda percentual do VA industrial de 44% para 25%. Em seguida vem Diadema, que teve queda de 43% para 29%; São Caetano do Sul, de 38% para 27%; Rio Grande da Serra, de 39% para 30% e por fim Ribeirão Pires, de 34% para 24%. As menores reduções do VA industrial foram em Santo André, de 28% para 22%, e Mauá, de 46% para 43%.
Menor produção significa menos empregos. Entre janeiro de 2011 e agosto de 2020, o setor produtivo fechou 94 mil postos de trabalho na região, principalmente no material de transporte, metalurgia, borracha e química. Na contramão, entre 2002 e 2011 a região havia aberto 72 mil novos empregos industriais.
Os resultados preocupam imensamente, cabendo urgência na atuação das lideranças locais, de modo que a indústria do Grande ABC ocupe novamente a posição de destaque que alcançou por várias décadas.
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Subseção do Dieese