“O interesse individual não pode se sobrepor ao interesse coletivo”
Além de não combater a pandemia, governo não quer vacinação obrigatória para prevenir a Covid-19
Mais uma vez na contramão dos especialistas na área da saúde, Jair Bolsonaro trabalha contra a obrigatoriedade da vacina para prevenir a Covid-19. “Não será obrigatória esta vacina e ponto final”, disse. Pesquisa Datafolha na cidade de São Paulo mostra que 79% querem se vacinar contra a Covid-19.
“Uma minoria é contra a vacina. O grande problema da falta de obrigatoriedade é que quem não tomar a vacina pode pegar o vírus e transmitir para outros. O interesse individual não pode se sobrepor ao interesse coletivo”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges.
“É crime de responsabilidade desse governo não comprar a vacina.”
Moisés Selerges
“É mais grave ainda quando o Estado não se responsabiliza pela vacinação. É crime de responsabilidade desse governo não comprar a vacina. O mundo está correndo contra o tempo para produzir uma vacina que seja eficaz e segura e, assim que ela estiver disponível, será o principal meio para conter a disseminação do coronavírus, não importa de qual país venha. Mais de 157 mil pessoas já morreram no Brasil. Quantas famílias mais sofrerão suas perdas? A vida das pessoas é a prioridade”, defendeu.
Projeto de vacinação
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) protocolou um projeto de lei para que a vacina contra a Covid-19 seja obrigatória e faça parte do calendário de vacinações do Programa Nacional de Imunizações, assim que aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
“Já que o governo federal não exerce o seu papel em prol da saúde, apresento esse projeto para que a população brasileira seja vacinada.”
Gleisi Hoffmann
“Já que o governo federal não exerce o seu papel em prol da saúde da população brasileira, apresento esse projeto para que a população brasileira seja vacinada e, assim, consigamos adquirir a imunidade necessária para o enfrentamento da pandemia e evitar mais mortes e contágios pelo vírus”, disse.
“Não há dúvida de que se trata da maior crise sanitária já enfrentada no país, agravada ainda mais pela postura negacionista, da pandemia e da ciência, de Bolsonaro, que desde o início da pandemia tem atuado de forma contrária a todas as medidas de enfrentamento da Covid-19 preconizadas por autoridades sanitárias mundiais. Isso explica, em grande parte, o dramático quadro da pandemia no país”, criticou.
Partidos de oposição, como PDT e Rede, entraram com ações no STF (Supremo Tribunal Federal) pela autonomia dos estados e municípios na vacinação obrigatória e pela cobrança de um plano do governo federal de aquisição de vacinas.