Indústria da região perde 91 mil empregos em uma década

As indústrias do Grande ABC perderam, em uma década, 91,2 mil empregos. Desses, cerca de 60 mil, ou dois terços, foram no setor metalmecânico. Para se ter ideia do peso desse segmento, que abrange empresas fornecedoras do setor automotivo, ele é responsável por gerar 50% das vagas nas fábricas das sete cidades.

Hoje, as indústrias da região empregam 170.515 profissionais – 24% dos 713 mil trabalhadores com carteira assinada do Grande ABC até agosto de 2020. Dez anos atrás, eram 799 mil ao todo, sendo 261,8 mil no segmento fabril, ou seja, 32% do total. No período, os empregos nas fábricas diminuíram 35%.

Os dados são do Novo Caged, do Ministério da Economia, e foram compilados no estudo A crise no Meio da Crise: o Comportamento da Indústria no Grande ABC (2010/2020) do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade de Municipal de São Caetano).

A perda do emprego no ramo produtivo decorre, segundo os autores do levantamento, além das crises na economia desde 2010, incluindo a ocasionada pela pandemia do novo coronavírus neste ano (que, sozinha, eliminou 10 mil postos industriais – em todos os setores foram 37 mil), da ausência de políticas públicas voltadas ao setor no País, no Estado e na região. “A adoção do teto dos gastos públicos, os cortes nos financiamentos em pesquisa e desenvolvimento, a redução dos desembolsos do BNDES para o setor produtivo, assim como as reformas previdenciária e trabalhista tendem a aprofundar os já preocupantes números da economia do Grande ABC”, diz o estudo.

Do DGABC