Carros novos nunca mais serão baratos e básicos no Brasil

Para especialistas consultados pelo Estadão, os consumidores decretaram a morte dos carros de entrada

Os carros de entrada são um produto em extinção. O avanço tecnológico dos veículos na última década decretou essa mudança. Independentemente do preço e da marca, os compradores de hoje, segundo especialistas, não querem mais modelos novos sem as últimas tecnologias. O mais recente item da lista de desejos dos brasileiros é o câmbio automático. Porém há muitos outros equipamentos quase “obrigatórios, como ar-condicionado e central multimídia.

Até uma década atrás, o mercado brasileiro oferecia os chamados carros pelados. Eram as versões de entrada dos compactos sem ar-condicionado, direção hidráulica, som ou vidros e travas elétricos. Muitos eram vendidos em carrocerias de duas portas. ABS e airbags eram opcionais. Isso acabou.

Os novos carros de entrada já saem de fábrica com ABS e airbags frontais, direção elétrica, cintos de três pontos e ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis. Porém, as versões mais vendidas são sempre as mais equipadas. Paralelamente aos desejos dos consumidores, houve a modernização dos projetos. A cada troca de geração, os carros precisam ser mais seguros e menos poluentes. Seja pela acirrada disputa entre as marcas, seja por força das novas exigências legais em vários países no mundo.

Isso explica um pouco a migração dos modelos de entrada para compactos modernos. Carros feitos sobre as novas plataformas modulares diluem custos e permitem oferecer mais recursos. As montadoras vêm desenvolvendo novas plataformas de baixo custo para atender aos requisitos globais de segurança e emissões.

Do Jornal do Carro