Brasil tem maior alta na média móvel de mortes por Covid-19 desde maio
Taxa de transmissão sobe, estados como PR e SC suspendem cirurgias eletivas, aquelas que não são urgentes, e, em SP, médicos mandam cartas para parentes recomendando fortemente o isolamento social
Nesta terça-feira (17), o Brasil registrou 676 mortes e 32.262 novos casos de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, em 24 horas, segundo o balanço divulgado às 20h pelo Ministério da Saúde. No total, até ontem, o país acumulava 166.743 vidas perdidas para a doença e 5.909.002 pessoas contaminadas.
Com esses registros, a média móvel de mortes por Covid-19 nos últimos 7 dias foi de 557, a maior desde maio – variou +45% em comparação a média de 14 dias atrás. Já a média móvel de novos casos nos últimos 7 dias foi de 29.674 (+71% em relação a duas semanas atrás).
No mesmo dia, o Imperial College divulgou dados sobre o aumento na taxa de transmissão da Covid-19 no país. No dia 10, o índice era de 0,68. Atualmente, o ritmo de contágio (RT) pulou para 1,10. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 110.
Às 8h da manhã desta quarta-feira (18), o consórcio de imprensa computava 166.758 mortes e 5.909.026 casos confirmados de coronavírus desde o início da pandemia, mantendo a alta da média móvel de mortes em 45% em comparação à média de 14 dias.
Em São Paulo, estado mais afetado pela doença desde o início da pandemia, com 1.117.147 casos e 39.311 mortes, médicos infectologistas enviam carta para parentes e amigos alertando sobre o aumento no número de casos, dizendo que hospitais estão lotados e afirmando que, apesar de tudo isso, governos não fazem lockdown por causa do período eleitoral, relata a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
“Recomendamos fortemente novo ISOLAMENTO DOMICILLIAR”, escreveram eles, em maiúsculas, segundo a jornalista “Não ir a bares, restaurantes e festas. Não organizem encontros ou eventos sociais. Acreditamos que vocês estejam cansados de tudo isso, mas lembrem-se que nós estamos MUITO mais…. e ainda estamos vendo pessoas morrerem, famílias inteiras contaminadas, e os casos aumentando progressivamente sem nenhuma medida sendo tomada por parte dos governos”, seguem.
Nesta terça, o governador João Doria (PSDB), prorrogou a quarentena em todo o estado até o dia 16 de dezembro. O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado, estabelece a possibilidade de suspensão de atividades não essenciais nos termos do decreto nº 64.879, publicado em março deste ano.
No Paraná e em Santa Catarina, hospitais públicos e privados já começaram a adiar cirurgias eletivas, que não têm urgência, para liberar leitos para pacientes com Covid-19. A capital do Paraná, que acumula 214.210 casos e 5.216 mortes, registrou nesta terça mais 1.500 novos casos de Covid-19 – no total são 60 mil casos. A secretaria da Saúde do estado disse que a suspensão das cirurgias eletivas é temporária, mas não há uma data para retomada dos procedimentos.
Em Santa Catarina, que acumula 260.057 casos e 3.114 mortes, as cidades de Florianópolis, Balneário Camboriú e Itajaí também adiaram as cirurgias eletivas. Criciúma, que também registra aumento significativo do número de internações, também vai adiar. O número de pacientes internados com Covid no estado saltou de 21 para 107 nos dois hospitais da cidade.
Média móvel de mortes nos estados
A medida móvel de mortes está em alta em 14 estados: PR, RS, SC, ES, MG, RJ, SP, GO, MT, AP, RO, RR, TO e RN. Em 8 estados e no Distrito Federal, a média móvel de mortes está estável, nem subiu nem caiu significativamente: DF, MS, AC, PA, BA, MA, PB, PE e PI. Em 4 está em queda: AM, AL, CE e SE.
Da CUT Nacional