ONU Mulheres promove 21 dias de ativismo pelo fim da violência

No Brasil, CUT-SP participa da campanha que teve início no Dia Nacional da Consciência Negra e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos

Neste ano, a campanha UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres tem como foco a pandemia de Covid-19 e o aumento alarmante de casos de violência contra as mulheres. No Brasil a mobilização que ocorre desde 2003, liderada pela Organização das Nações Unidas no Brasil, terá 21 dias de duração, de 20 de novembro a 10 de dezembro.

A proposta da campanha é promover o envolvimento social e parcerias para fazer avançar as políticas de prevenção e abordagem da violência contra meninas e mulheres. A CUT-SP participa da ação com o lançamento de 21 cards em menção aos 21 dias de ativismo, com a inserção de fotos de mulheres negras, indígenas, brancas e com frases como: “Não Se Cale, Denuncie; Roupa Curta Não é Convite, Denuncie; Não é Não!”.

Essas e outras frases estão sendo divulgadas nas redes sociais da CUT- SP, se somando a outras ações do Coletivo Estadual de Mulheres, de sindicatos e entidades parceiras. A campanha que começa no Dia Nacional da Consciência Negra e termina no Dia Internacional dos Direitos Humanos cumpre o papel de enfatizar a discriminação sofrida pelas mulheres negras.

Para a coordenadora do Coletivo de Mulheres Metalúrgicas do ABC, Michelle Marques é essencial que as mulheres tenham amparo completo após fazerem a denúncia. “Nós sempre incentivamos as denúncias, mas é preciso dar condições reais para que as mulheres possam denunciar e ser acolhidas. Sabemos que não é uma decisão fácil, por isso elas precisam de todo o apoio no período pós-denúncia para que não fiquem ainda mais vulneráveis”.

A dirigente também destacou as ações que foram realizadas pelo Coletivo este ano e enfatizou que ainda faltam muitas políticas públicas na região do ABC voltadas ao tema.

“Nós fizemos arrecadação e distribuição de produtos de higiene e doamos para instituições que atendem mulheres em situação de violência doméstica e também enviamos uma carta aos candidatos aliados para cobrar mais ações efetivas e estruturas que respaldem essas mulheres. É preciso protegê-las para que elas não acabem culpabilizadas e sofram ainda mais agressões”.

Denuncie

Caso você, mulher, não se sinta confortável com os canais de denúncias disponibilizados pelas secretarias de segurança pública ou pelo 180 para formalizar sua denúncia, a Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-SP disponibiliza um canal para te ouvir e intermediar esse apoio. Encaminhe um e-mail para bastadeviolencia@cutsp.org.br, com suas informações de contato. O sigilo será garantido.

Um Vírus e Duas Guerras

Desde que a pandemia de coronavírus começou, 497 mulheres perderam suas vidas. Foi um feminicídio a cada nove horas entre março e agosto, com uma média de três mortes por dia. São Paulo, com 79 casos, Minas Gerais, com 64, e Bahia, com 49, foram os estados que registraram maior número absoluto de casos no período. Os dados são do segundo monitoramento Um Vírus e Duas Guerras, feito por parceria entre sete veículos de jornalismo independente, que visa monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemia.