Campanha “O Brasil precisa do SUS” defende maior patrimônio público do país
A CUT está entre as entidades apoiadoras junto com artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Zélia Duncan
Entidades que integram a Frente pela Vida¸ entre elas a CUT, lançaram ontem a campanha “O Brasil precisa do SUS”. O coletivo é comprometido com o direito à vida, à saúde, à ciência e ao meio ambiente, defende o fortalecimento do SUS, dos laços de solidariedade social e da democracia.
Um dos principais objetivos é pressionar o Congresso a manter o piso emergencial da Saúde para 2021. Em 31 de dezembro expira a lei que reconhece o estado de calamidade. No entanto, como afirmam as entidades, os casos de infecção e mortes causadas por Covid-19 voltaram a explodir em todo o país.
O texto de lançamento da campanha destaca que “Em meio a todo esse caos sanitário que estamos enfrentando, o pior não aconteceu devido à existência do Sistema Único de Saúde – SUS, que mesmo sendo desmontado pelo governo desde o golpe de 2016 com Emenda Constitucional 95, mostrou-se ainda mais importante e necessário”.
Os músicos Chico Buarque, Zélia Duncan e Caetano Veloso, o jornalista Juca Kfouri, os atores Paulo Betti, Cristina Pereira e Mateus Solano, além do religioso Leonardo Boff estão entre os artistas e ativistas que gravaram vídeos declarando a importância do SUS manifestando apoio à campanha.
“O SUS é simplesmente o maior serviço de saúde pública do mundo, isso não é ufanismo nem patriotada. Especialmente nesses tempos de pandemia, o SUS tem servido de exemplo mundo afora. A característica principal do SUS é ser um serviço universal, ou seja, atendimento a qualquer pessoa. Desde casos mais simples até procedimentos mais complexos. O SUS pode ser melhorado, aperfeiçoado? É claro que pode. O que ele não pode ser é sucateado, ele não pode ser sacrificado. Saúde não é mercadoria”, declarou Chico Buarque.
Caetano Veloso lembrou que o SUS é nossa maior política pública social. “Num Brasil tão desigual, precisamos defender o SUS como nossa maior política pública social. Temos pesquisadores, cientistas e ativistas sociais, gente da melhor qualidade que está na luta pelo direito à vida, à saúde, à ciência, ao meio ambiente e pela democracia e juntos clamam: o Brasil precisa do SUS!”.
“Do que você se orgulha no Brasil, futebol, comida, carnaval? Eu vou te sugerir outra coisa pra botar nessa lista, o SUS. O SUS é um tesouro do povo brasileiro, defender o SUS é defender a possibilidade de um Brasil mais justo. Saúde não é moeda de troca, saúde é um direito”, afirmou Zélia Duncan.
São mais de 181 mil brasileiros mortos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) desde março. No Brasil, a Covid-19 escancarou as desigualdades sociais e a desvalorização da vida que tem servido de terreno fértil para o vírus, argumentam os organizadores da campanha. O vírus mata mais pessoas negras, pobres e se dissemina rapidamente entre trabalhadores de serviços essenciais e informais, assim como entre populações vulnerabilizadas, afirmam.
SUS ameaçado
O SUS corre sérios riscos no governo Bolsonaro. Exemplo recente foi a publicação do decreto 10.530, que teve a intenção de privatizar as UBS (Unidades Básicas de Saúde) de todo o Brasil. A pressão da sociedade foi intensa e a medida foi revogada em menos de 24 horas.
Entre as entidades que compõem a Frente pela Vida estão a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e o CNS (Conselho Nacional de Saúde).
Com informações da CUT e da Rede Brasil Atual