“A sociedade precisa cobrar do governo vacina o mais rápido possível para todos”

Mal começou a vacinação contra a Covid-19 no país e a falta de insumos para a produção das vacinas no Instituto Butantan e na Fiocruz já ameaça a sua continuidade. A falta de logística, de um plano nacional de vacinação detalhado e da própria compra das vacinas só aumentam as indefinições frente à alta dos casos e mortes no país.

No Butantan, além das 6 milhões de doses iniciais que chegaram prontas da China, há 4,8 milhões de doses até o fim do mês, que dependem de nova autorização de uso emergencial. A nova carga de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), usado para a produção da vacina, está parada na China. Já a da AstraZeneca/Oxford sequer começou a chegar ao Brasil.

O vice-presidente dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, destacou a importância da vacina, mas também cobrou ação do governo.

“Primeiro é importante reforçar que a vacina é a única forma de combater o vírus e que as pessoas não precisam ter medo, seja ela de qual instituto e de qual país venha. Segundo, a sociedade precisa se indignar e cobrar mais responsabilidade do governo para que tenha vacina o mais rápido possível para todos. Se não fosse o descaso com a saúde pública desde o início da pandemia, a vacinação já poderia estar acontecendo de maneira muito mais robusta”, afirmou.

“Temos que ter consciência de que a vida só vai voltar ao normal quando não tiver mais o vírus nem o governo Bolsonaro, que vem constantemente desacreditando a ciência e tratando a Covid de forma absurda ao defender um tratamento precoce que nem é baseado na ciência. É um crime contra a humanidade o que vem acontecendo em Manaus, com pessoas morrendo agonizando por falta de oxigênio para respirar. A vida é sempre mais valorosa do que qualquer outra coisa”, destacou.

“É um governo genocida, cruel e irresponsável, que fica brigando e disputando holofotes com o até então recente aliado quando o mais importante é brigar pela vida das pessoas. O Brasil não pode aceitar esse tipo de coisa, é preciso ter responsabilidade, sensibilidade e gesto de humanidade. A nossa luta vai ser sempre em defesa da vida das pessoas”, concluiu.