Jaguar Land Rover pode investir R$ 19 milhões na fábrica de Itatiaia
Governo do RJ procurou a montadora para evitar possível fechamento da unidade, que hoje produz apenas um modelo
O anúncio do fim das operações de produção da Ford e da Mercedes-Benz no Brasil acendeu a luz de alerta junto a governos de Estados que possuem fábricas de automóveis. Com o objetivo de se antecipar a qualquer decisão que possa impactar negativamente a economia local, o governo do Rio de Janeiro anunciou que está agendando reuniões com os dirigentes das montadoras instaladas no Estado, principalmente aquelas localizadas no Polo Automotivo do Médio Paraíba.
O Polo reúne cerca de 200 empresas, com destaque para VW Caminhões e Ônibus, Nissan/Renault, Jaguar Land Rover, Hyundai Heavy Industries e Stellantis (ex-PSA). De acordo com os números do governo, o setor emprega cerca de oito mil funcionários. O primeiro encontro foi realizado com os dirigentes da Jaguar Land Rover, que revelaram que a empresa pode investir até R$ 19 milhões na unidade de Itatiaia nos próximos anos. Além disso, a montadora teria se comprometido a gerar mais 400 empregos diretos na fábrica.
É importante lembrar, porém, que a planta brasileira da empresa britânica, inaugurada em 2016, nunca chegou a operar com capacidade plena, e atualmente sua linha de produção é responsável por apenas um modelo, o Discovery Sport (o mais acessível da marca). Não se pode esquecer também que a fabricante sublocou parte das instalações para a Applus Idiada, que instalou ali um laboratório de emissões.
Assim, como o valor de R$ 19 milhões é insuficiente para bancar investimentos em algum novo projeto de veículo e até para gerar 400 novos postos de trabalho diretos, é natural deduzir que o valor anunciado está relacionado com possíveis melhorias pontuais ou até em alguma nova empresa que poderia se instalar em outra área da fábrica como fez a Applus Idiada. Essa também seria uma forma de a instalação da Jaguar Land Rover seguir operando e respeitando o contrato que concedeu benefícios fiscais, já que a multa pelo rompimento significaria prejuízo ainda maior para o grupo.
Do Automotive Business