Anfavea mostra que paga 6 vezes mais impostos do que recebe em incentivos
Presidente da entidade rebate declarações de dirigente do Ipea, acusa ser “um crime” defender a desindustrialização
A Anfavea lançou mão de um arsenal de estatísticas tributárias públicas para rebater acusações, inclusive de setores do governo, de que os fabricantes de veículos instalados no Brasil recebem incentivos demais em relação ao que arrecadam e devolvem em resultados econômicos – uma discussão que voltou ao noticiário após a decisão da Ford de fechar todas as suas fábricas brasileiras, que recebiam benefícios tributários e ainda assim foram consideradas ineficientes pela empresa.
Números levantados pela entidade mostram que o setor automotivo é isoladamente o mais tributado do País e paga, em média, seis vezes mais em impostos do que recebe em desonerações fiscais de estímulo à indústria ou ao desenvolvimento de certas regiões.
Também voltou à cena a discussão sobre se vale a pena o Brasil continuar a desenvolver sua indústria de transformação – visão recentemente externada em entrevista ao jornal Valor pelo economista Carlos von Doellinger, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, vinculado ao Ministério da Economia), que defendeu a desindustrialização em favor de maior foco em segmentos nos quais o País é mais competitivo, como agricultura e mineração.
A Anfavea e outras entidades representativas de setores industriais rebateram com indignação as declarações de Doellinger, publicaram no fim de janeiro uma declaração conjunta em jornais destacando a importância estratégica de ter uma indústria forte – como é o caso de todas as maiores economias do mundo onde o Brasil está inserido –, que além de gerar empregos de qualidade também é fonte de desenvolvimento tecnológico.
Do Automotive Business