Ford desrespeita liminar e trabalhadores reafirmam unidade e luta por empregos

Em assembleia com os trabalhadores, sindicato disse que a multinacional está querendo dividir a categoria ao tentar negociar individualmente. Agenda de mobilizações continua!

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Os trabalhadores e trabalhadoras na Ford Taubaté, reafirmaram em assembleia extraordinária, realizada nesta quarta-feira (10), a unidade e a continuidade da mobilização em defesa dos empregos na empresa. [saiba mais abaixo]

Isso porque a Ford desrespeitou a liminar concedida pela 2ª Vara do Trabalho de Taubaté e convocou 40 funcionários para uma volta temporária ao trabalho. A categoria luta em defesa de todos os empregos de volta.

A convocação foi considerada como uma retaliação da Ford, com o objetivo de dividir o movimento dos trabalhadores, afirmou, em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau). A entidade se refere ao último dia 5, quando a Justiça do Trabalho suspendeu o processo de demissão em massa nas fábricas de Taubaté e Camaçari através de uma liminar que também determina que a empresa não faça propostas individuais ou pratique assédio junto aos trabalhadores.

“A convocação desrespeita a liminar concedida pela 2ª Vara do Trabalho de Taubaté, que estabelece que a Ford apresente um cronograma de negociação conjunta com o Sindicato”, disse o coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Isaac do Carmo.

O coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz, disse que os trabalhadores seguem em busca do diálogo. “Se ocorrer algum processo de ruptura nesse cenário, será por parte da Ford. Nós queremos o entendimento.”

Para o presidente do Sindmetau, Cláudio Batista, o Claudião, a convocação da Ford agride o movimento dos trabalhadores.

“A empresa não comunicou ao Sindicato que chamaria um grupo para retornar à produção. Nossa luta é pela manutenção de todos os postos de trabalho.” A montadora tem cerca de 830 funcionários diretos em Taubaté.

Mobilizações continuam

Os trabalhadores definiram que a mobilização pelos empregos será mantida em seu formato atual, com atividades como a vigília 24 horas na fábrica e a realização de atos externos, que buscam alertar a sociedade e o poder público sobre os impactos do fechamento da Ford.

Carreata

Com a continuidade da mobilização, os trabalhadores e trabalhadoras da Ford reafirmaram na assembleia a realização de uma nova carreata, marcada para sexta-feira (12), em Taubaté. A concentração começa a partir das 7h, no estacionamento da Ford.

Esta será a segunda carreata dos trabalhadores e trabalhadoras da Ford em defesa dos empregos e contra o fechamento da montadora no país. A primeira ocorreu no dia 29 de janeiro até o Santuário Nacional de Aparecida.

Fuga da Ford

No dia 11 de janeiro, a Ford anunciou que pretende encerrar a produção de veículos no Brasil. A decisão unilateral da montadora põe em risco o futuro de trabalhadores das plantas de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE).

A saída da empresa do país pode provocar um impacto de mais de 118 mil empregos, entre postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, segundo estudo do (Dieese Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).