Trabalhadores no Banco do Brasil protestam contra demissões e desmonte

Ataque promovido pelo governo federal prevê o desligamento de 5 mil trabalhadores e o fechamento de 361 unidades

Foto: Divulgação

Os trabalhadores no Banco do Brasil realizaram ontem paralisação nacional contra o programa de reestruturação que pretende demitir 5 mil pessoas e fechar 361 unidades, sendo 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento, no primeiro semestre deste ano.

O desmonte que vem sendo promovido pelo governo federal prevê ainda o descomissionamento de funções e a extinção do cargo de caixa.

A deflagração do estado de greve foi aprovada em assembleia virtual da categoria na última sexta-feira, 5. A decisão de paralisar as atividades foi reforçada na terça-feira, após uma nova rodada de negociações intermediada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) terminar sem acordo.

Foto: Divulgação

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, destacou que o desmonte prejudica toda a população.

“Sabemos que as consequências são as piores possíveis para o país, porque não afeta somente os trabalhadores, mas toda a população e prejudica o financiamento da habitação, obras de infraestrutura, projetos de geração de renda e políticas sociais, entre outros”.

Foto: Divulgação

A dirigente lembrou que entre 2016 e 2019, a alta do lucro líquido do banco foi ajustada em 122% e, no mesmo período, o banco fechou 19% das agências e reduziu o quadro de trabalhadores em 16%.

“A redução de milhares de postos de trabalho, o fechamento de centenas de unidades e a extinção da função do cargo de caixa resultará, para a sociedade, no enfraquecimento da função social do banco público, bem como na elitização do seu atendimento”, explicou.

“Para os bancários, representará mais sobrecarga de trabalho e rebaixamento de cargos. É um processo que favorece a classe alta e os acionistas e não beneficia nem os trabalhadores e muito menos a população”, reforçou.

ABC

Na região do ABC, a categoria também está mobilizada, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira, principalmente os trabalhadores na função de caixa e comissionados.

Foto: Divulgação

“Estamos construindo um processo de mobilização de dentro para fora dos locais de trabalho. Isso porque, quando se dialoga com o conjunto dos bancários do BB nesta situação, é preciso criar unidade na luta pelo objetivo final, reverter esse desmonte promovido pelo governo Bolsonaro”.

Belmiro frisou que o foco do governo é a privatização total. “O que precisa ficar claro é que esse desmonte tem o objetivo de entregar o banco para a privatização e, com isso, acabar com o acesso a várias linhas de credito que chegam à agricultura familiar, além de recursos para as áreas da saúde e educação em vários municípios do país. O fechamento de agências irá prejudicar a economia de diversos locais onde só existe o Banco do Brasil”.

A categoria já realizou atos nacionais nos dias 15 e 21 de janeiro. Em 29 de janeiro, foi realizada uma paralisação de 24 horas. Também houve mobilizações nas redes sociais todos estes dias.