Falta de eletrônicos é novo gargalo à produção de veículos no Brasil

Linhas na Europa já foram paralisadas pela interrupção de fornecimento de chips/semicondutores

A falta de componentes eletrônicos é mais um gargalo posto diante da recuperação da produção de veículos no mundo – e o problema já chegou às fábricas brasileiras. A escassez de fornecimento de chips para manufatura de semicondutores, usados em módulos, sensores e controladores de todo tipo, já paralisou por horas e dias alguns dos maiores fabricantes na Europa e Japão, como Volkswagen, Nissan, Honda, Toyota, Renault e Stellantis, entre outros.

No Brasil, que importa a maioria desses itens e têm apenas operações locais de montagem de circuitos e módulos, existem relatos de pequenas interrupções e dificuldades de fornecedores e montadoras em manter as linhas abastecidas, mas o agravamento desse quadro não está descartado.

Segundo o departamento de compras da Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) no Brasil, há escassez mundial de chips e semicondutores, devido ao aumento generalizado da demanda global por equipamentos eletrônicos que demandam estes componentes, mas até agora a empresa tem conseguido administrar a irregularidade de fornecimento.

Volkswagen e Mercedes-Benz encaminharam a mesma resposta: apesar das dificuldades, o problema ainda não interrompeu a produção nas fábricas brasileiras. No caso da Mercedes, a fabricante de caminhões e ônibus havia programado em janeiro um sábado extra de trabalho para atender pedidos atrasados, mas por falta de insumos (não só de eletrônicos) teve de cancelar e remarcar a data para o fim deste mês. Com veículos cada vez mais digitalizados e conectados, o suprimento de eletrônicos é tão importante quanto ter aço ou plásticos para produzir – matérias-primas que também estão faltando.

Do Automotive Business