Alexandra Bezerra mora aqui ao lado
2020 seria um ano de grandes projetos para a vendedora autônoma Alexandra Bezerra, de 37 anos. Morando com a mãe e uma irmã, ambas também autônomas, numa casa alugada na Zona Leste de São Paulo, ela viu a pandemia da Covid-19 cair como uma bomba na família.
O trabalho informal, a exemplo das vendas de roupas, de comida, ou os serviços pessoais e de estética, exercidas principalmente por mulheres pretas, caso da família Bezerra, tem sido o mais impactado desde o ano passado.
Do início da pandemia até julho, Alexandra não vendeu uma única peça de roupa, com quatro meses sem ter nenhuma renda, só acessando o auxílio emergencial na segunda inscrição. Com a voz embargada, sua história segue: “ficamos oito meses sem pagar o aluguel, até que bateu o oficial de justiça, tínhamos dois dias para pagar a dívida de R$ 16 mil ou seríamos despejadas da casa que moramos há 12 anos, sempre com o aluguel em dia”.
A crise vai deixar feridas para além das dificuldades financeiras. Alexandra conseguiu negociar o aluguel, mas a sua irmã teve que ir a tratamento psiquiátrico, depois de uma depressão intensa.
Essa é uma das inúmeras histórias reais da pandemia no Brasil, que abala fortemente as mulheres. O estudo do Dieese mostra os números e dados dessas múltiplas histórias.
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