Falta de insumos impacta um terço das montadoras que operam no país
Dos 12 grupos fabricantes de carros de passeio em atividade no Brasil, 4 foram obrigados a paralisar total ou parcialmente as atividades de suas fábricas
A crise de abastecimento, que vem há meses limitando a produção de praticamente todas as fábricas de veículos, evoluiu para um quadro de interrupções cada vez mais frequentes e prolongadas nas montadoras. Dos 12 grupos fabricantes de carros de passeio em atividade no Brasil, 4 foram obrigados a paralisar total ou parcialmente suas fábricas por períodos de cinco dias a, pelo menos, dois meses.
General Motors (GM), Fiat, Honda e Renault já fazem parte de uma lista que ganha a cada semana um novo nome por causa da irregularidade no suprimento de peças. O motivo está não apenas nas limitações da capacidade de fornecedores em atender à demanda acima do normal das fábricas, mas também nos desarranjos no transporte dos materiais provocados pela pandemia.
O que começou com microparadas – ou seja, interrupções pontuais de produção – transformou-se em ajustes que, por não haver solução rápida, levam as montadoras a chamar os sindicatos para discutir alternativas às demissões. As dificuldades da indústria de automóveis começaram com a falta, principalmente, de aço, materiais plásticos e pneus, mas agora envolvem também componentes eletrônicos, o que agravou o problema, uma vez que a escassez de chips, responsável por paradas de montadoras em todo o mundo, não deve ser resolvida antes de seis meses.
A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras, adiantou que o ano inteiro será de muita “emoção” na produção de carros. Do lado dos fornecedores, a explicação é de que a volta dos consumidores após o primeiro choque da pandemia pegou as montadoras com estoques baixos. Atrasos de logística também têm sido fatais em linhas que operam em sistema de estoques mínimos de materiais, o “just in time”.
Da CNN Brasil