Direitista Lasso vence eleição no Equador; Arauz reconhece derrota
Pregação por voto nulo de candidato indígena que ficou em terceiro no primeiro turno acabou favorecendo candidato de direita
O segundo turno da eleição presidencial no Equador foi vencido pelo ex-banqueiro Guillermo Lasso neste domingo (11). Segundo números do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador do segundo turno das eleições presidenciais, Com 97% dos votos apurados, Lasso tem 52,52% dos votos válidos e já não poderia mais ser alcançado pelo economista de esquerda Andrés Arauz, (47,48%). Lesso lidera a aliança Criando Oportunidades (Creo), de direita. Arauz, da União pela Esperança (Unes), tem o apoio do ex-presidente Rafael Correa.
Na noite deste domingo (11), o candidato progressista fez um pronunciamento sobre o resultado, declarando que iria entrar em contato com Lasso para parabenizá-lo pela vitória. “Demonstrarei a ele nossas convicções democráticas de seguir contribuindo para o país e de nos opormos quando se busque beneficiar somente a poucos”, disse. “À nossa militância e a todos que confiaram em nós, quero agradecer de todo o coração, jamais os esqueceremos. Estaremos aí trabalhando, estaremos defendendo nossos cidadãos”, e completou: “Hoje não é o final, é o começo de uma nova etapa de reconstrução do poder popular”.
Por sua vez, o novo presidente de direita divulgou uma mensagem de agradecimento em suas redes sociais. “Obrigada Equador por demonstrar seu apoio nas urnas. Como corresponde, vamos esperar os resultados oficiais. Estamos positivos e com fé lá em cima”, afirmou Lasso.
O candidato indígena Yaku Pérez, que teve 19,38% no primeiro turno da eleição no Equador (apenas 33 mil atrás do ex-banqueiro), pregou voto nulo ontem. Arauz havia obtido 32,72%.
Suspeitas de fraude eleitoral
Na quinta-feira (8), o jornal argentino Pagina12 divulgou uma matéria na qual denuncia uma possível tentativa de fraude em andamento para as eleições deste domingo no Equador. A informação viria de fonte da liderança do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), após reunião realizada no sul de Quito e a manobra favoreceria Guillermo Lasso.
Parte da fraude se daria nos centros de votação. O CNE possuiria aproximadamente 600 mil boletins eleitorais não declarados, obtidos antes do primeiro turno. Por conta de erro na impressão de mais de 6 milhões de cédulas, houve nova compra de papel regulado no Canadá, criando excedente não auditado. “Eles podem injetar cédulas originais com papel de segurança em diferentes províncias em favor de Lasso”, explica a fonte.