Brasil no mapa da fome: um flagelo que jamais poderia se repetir!
Em 1946 foi publicado o livro “Geografia da Fome”, de Josué de Castro, um dos trabalhos mais importantes sobre a realidade brasileira, traduzido para 20 idiomas, o que tornou a obra e o autor mundialmente conhecidos.

O autor demonstrou que a fome que afetava milhões de brasileiros era o resultado das estruturas econômicas e políticas que se perpetuavam no país como o latifúndio e a concentração de renda.
O estudo desconstruiu a explicação dominante de que a fome era resultante das condições naturais do país, como a seca no Nordeste. A afirmação de que a fome é um flagelo do homem, produzido por outros homens, significou uma grande revolução no pensamento das ciências sociais no Brasil influenciando as políticas de combate à miséria no Brasil, como ocorreu como o programa “Fome Zero” no governo Lula.
O Brasil vem caminhando vergonhosamente para o mapa da fome, atingindo quase 11 milhões de brasileiros entre 2017 e 2018. Esse número explodiu para 60 milhões atualmente com o agravamento da situação econômica. Se considerarmos a soma da insuficiência alimentar grave, média e leve, vamos para a assustadora cifra de 125 milhões de pessoas. Esse dado inaceitável não pode ser explicado como consequência natural da pandemia como as autoridades querem nos fazer crer.
Assim como Josué de Castro demonstrou há 75 anos que a fome não era o resultado das condições climáticas, também devemos denunciar que o atual flagelo não é causado pela pandemia. A escalada da fome em nossos dias é o resultado das reformas neoliberais e da política homicida do atual governo e das suas desastrosas escolhas no enfrentamento da pandemia.
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