Falta de carros novos gera crise para locadoras

As locadoras de veículos vivem um ano mais difícil do que imaginavam. Diante dos atrasos nas entregas das montadoras, a receita de vendas de seminovos deve cair nos próximos meses, com os custos de manutenção crescendo em paralelo, por causa do aumento da idade da frota. Para preservar caixa, as locadoras têm aplicado reajustes até em contratos de longo prazo, segundo apurou o Estadão/Broadcast, mas a sustentabilidade dessa política de preços deve ser limitada.

Desde o ano passado, a indústria automotiva vem enfrentando problemas de falta de peças devido à severidade da pandemia de covid-19. Como consequência, as montadoras têm atrasado as entregas de pedidos no varejo e também no atacado (frotistas), ocasionando relevante alta dos preços dos veículos novos no mercado. Segundo a plataforma de precificação de veículos Checkprice, o preço médio do carro zero-quilômetro subiu de 20% a 25% em 2021.

Por ora, as locadoras vêm se beneficiando desses aumentos, porque, quando o preço do carro novo sobe, os usados também se valorizam. Em relatório do Bradesco BBI na última sexta-feira, os analistas Victor Mizusaki e Pedro Fontana destacaram as “altas margens” das locadoras no negócio de seminovos, que devem “sustentar o crescimento no primeiro trimestre”.

No entanto, eles alertaram para a queda nas vendas de seminovos diante da ruptura na indústria automotiva. Sem poder comprar carros, as locadoras não conseguem renovar frota. Além da perda de margens com a venda de seminovos, os custos com manutenção crescem de maneira significativa. Neste cenário, as locadoras vêm se preparando para um ano difícil.

Do UOL