Montadoras já têm fila à espera de caminhões. Vendas estão em alta, mas falta de peças limita produção
Setor espera crescimento de 15% na fabricação de veículos pesados mesmo com escassez de insumos como semicondutores, cuja cadeia global foi afetada pela pandemia
Impulsionado por agronegócio, exportações e avanço do e-commerce, a produção de caminhões deve crescer cerca de 15% este ano, de acordo com projeções de especialistas e montadoras. Os comerciais leves ganham espaço com as entregas do varejo nos centros urbanos. Já os pesados e extrapesados são voltados para vendas ao exterior e transporte de commodities.
No segmento de veículos acima de 16 toneladas, responsáveis pelo trajeto de produtos de fazendas e silos aos portos, a expectativa do mercado é de um avanço de até 40% na produção.
O único revés neste cenário de expansão é a falta de insumo para atender a demanda. As montadoras enfrentam escassez de chips e semicondutores, um problema global que afeta a capacidade de produção.
O resultado é que as fábricas já têm filas e prazos de entrega estendidos de veículos. Na Scania, o emplacamento de caminhões acima de 16 toneladas cresceu 64,9% no primeiro trimestre. Segundo Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da empresa no Brasil, segmentos como o caminhão fora de estrada, usados na mineração, construção e setor madeireiro ajudam a elevar o resultado.
Na Mercedes-Benz, com alta de 44% nas exportações de caminhões no primeiro trimestre, o caminho foi criar um comitê de monitoramento da entrega de componentes eletrônicos e de produtos como aço, plástico, pneus e rodas, explicou o vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da empresa no Brasil, Roberto Leoncini.
Do O Globo