Depoimentos à CPI expõem culpa do governo Bolsonaro nas mortes por Covid-19

Os dois últimos depoimentos dados à CPI da Covid demonstram que o governo Bolsonaro ignorou ofertas de vacinas e demorou para dar respostas à Pfizer.

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Ontem o presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou à CPI da Covid que o governo ignorou três ofertas apresentadas pela empresa em agosto do ano passado para a aquisição de vacinas. Em cada uma das oportunidades, foram apresentadas duas propostas: uma de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões. Na melhor proposta, em 26 de agosto, havia a entrega prevista de 1,5 milhão de doses ainda em 2020. Outras 3 milhões de doses do imunizante seriam entregues no primeiro trimestre de 2021.

“A oferta de 26 de agosto, como era vinculante, pois estávamos nesse processo com todos os governos do mundo, tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não recusou, nem tampouco aceitou a oferta”, afirmou.

Já o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, na quarta-feira, tentou blindar o governo e seu depoimento foi considerado mentiroso por parte dos senadores. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encaminhar ao Ministério Público o depoimento para que seja avaliado um possível pedido de prisão.

Apesar disso, as falas trouxeram uma informação essencial ao apontar que o governo já sabia, desde setembro, sobre a intenção da Pfizer de vender vacinas para o Brasil. O ex-secretário apresentou à CPI uma carta da Pfizer com oferta de doses de vacinas ao governo, que demorou dois meses para responder.

Com informações da Rede Brasil Atual.