Um período para não ser lembrado

Os brasileiros assistem a uma crise pandêmica agravada por decisões políticas do governo federal. São reformas (Trabalhista, previdenciária, PEC dos Gastos) que conduziram o país à queda da atividade econômica com fortes consequências sobre todos os trabalhadores, ao contrário do que asseguravam seus defensores.

Os metalúrgicos desta base sindical somam 67,9 mil, segundo estudo da Subseção do Dieese divulgado no último dia 12, com base nos dados do Caged. Apesar de ter contabilizado crescimento nesse primeiro trimestre de 2021, estamos longe de recuperar o emprego perdido nos últimos anos.

Cerca de 81% dos 1,6 mil postos de trabalho criados nesse trimestre concentram-se no setor de caminhões e ônibus, que tem sido impulsionado pelo agronegócio, construção, mineração e e-commerce. E as reduções persistem no setor de automóveis e autopeças.

Alguns movimentos do setor produtivo merecem atenção. Garantidas pela reforma Trabalhista, as empresas têm realizado contratações por trabalho intermitente (esporádico) e pelo contrato verde e amarelo, que eliminam drasticamente os direitos dos trabalhadores, assim como tem ampliado as contratações por prazo determinado e de aprendizes.

Quando se olha para os desligamentos dos metalúrgicos, destacam-se os acordos entre empregado e empregador, além das mortes de trabalhadores, principalmente no mês de março, acentuada pela ausência de políticas públicas de saúde.

O Dieese divulgou recente levantamento em que mostra aumento de 72% nas mortes de trabalhadores formais no Brasil, entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021. Mas trabalhadores de alguns setores foram atingidos de forma ainda mais violenta, pelas características de suas atividades e pelo grau de exposição durante a pandemia.

Os trabalhadores precisam, portanto, ficar atentos às mazelas que ocorrem em meio ao caos que vivemos.

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Subseção do Dieese