Desemprego bate novo recorde e chega a 14,8 milhões de pessoas

Com novo recorde negativo, a taxa de desemprego no Brasil foi a 14,7% no primeiro trimestre do ano. São 14,8 milhões de pessoas desempregadas no total, sendo 880 mil a mais do que há três meses. Em relação ao mesmo período de 2020, 1,9 milhão de pessoas perderam postos de trabalho, alta de 15,2%.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

Os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados ontem.

O diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Fausto Augusto Junior, ressaltou que essa deterioração do mercado de trabalho brasileiro vem desde 2016.

“Os números mostram que esse processo continua avançando tanto do ponto de vista do índice de desemprego recorde, beirando os 15 milhões de pessoas, quanto de um processo bastante acentuado de aumento da precarização e da informalidade”, analisou.

“O impacto da pandemia no mercado de trabalho é nítido, com o descontrole da pandemia e a questão do atraso da vacinação que levam o país a uma situação bastante complicada. É um movimento bastante preocupante, já que claramente não há prioridade do governo em relação à questão do trabalho e dos empregos”, destacou.

Além do desemprego

Os subutilizados, que trabalharam menos horas do que poderiam, são 33,2 milhões de pessoas no país. O aumento no trimestre foi de 3,7% (mais 1,2 milhão de pessoas), e de 20,2% (mais 5,6 milhões de trabalhadores) em relação ao mesmo período do ano passado.

Os desalentados, que desistiram de procurar emprego devido às condições do mercado, também bateram recorde. São 5,9 milhões, alta de 25,1% em relação a igual período de 2020.

CLT

Os trabalhadores com carteira assinada somaram 29,5 milhões, queda de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado. São 3,5 milhões de pessoas a menos com CLT. Trabalhadores sem carteira assinada são 9,6 milhões.

A informalidade no país está em 39,6%, ou seja, 34 milhões de trabalhadores. O trimestre anterior registrou 39,5%.

Os trabalhadores por conta própria são 23,8 milhões de pessoas. Foi o único segmento que cresceu no trimestre, 2,4% (565 mil pessoas a mais).