Estresse pós-traumático e a Covid-19
Em artigo anterior comentamos sobre os transtornos psíquicos que a pandemia pode causar e a possibilidade de deixar sequelas que podem persistir por longo período ou até mesmo tornarem-se crônicas e não desaparecer.
O TSPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) pode se desenvolver em pessoas que vivenciaram um evento traumático, como por exemplo o fato de ter sido vitimado pela Covid-19. Essa condição causa sofrimento intenso e prejuízos a vários aspectos da vida, como trabalho e relacionamentos.
Estudo divulgado em agosto de 2020 pelo Hospital San Raffaele, em Milão, na Itália, apontou que 28% de 402 pacientes monitorados desenvolveram sintomas de estresse pós-traumático, após se recuperarem da doença.
Um outro estudo, realizado pela Fondazione Policlinico Universitario Agostino Gemelli IRCCS, divulgado na revista Jama Psychiatry em fevereiro deste ano, mostrou uma prevalência de 32,2% dos sintomas em 381 pessoas analisadas após terem contraído a doença.
No transtorno de estresse pós-traumático causado pela Covid-19, o incidente fica marcado durante um longo período. A pessoa nessa condição tenta fugir a todo momento de coisas que a fazem lembrar do sofrimento causado pela doença, evitando se encontrar com pessoas, ir a lugares, manipular objetos ou recordar situações que associa ao fato de ter vivido ou testemunhado um acontecimento assustador.
Nesses casos, pode apresentar sintomas de agitação, alterações do humor, aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia), transpiração excessiva, falta de ar, tonturas, medo, vontade de não sair de casa e insônia, que podem ter início em até três meses após o início da doença.
É importante procurar ajuda após o incidente que pode gerar traumas, principalmente em crianças ou adolescentes.
O tratamento inclui psicoterapia e medicamentos para tratar os sintomas.
Fique atento. Oriente seus amigos e familiares.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente