Ainda os semicondutores
Os semicondutores, insumos para fabricação dos chips, nunca foram tão comentados. Muito mais presentes nos veículos atuais, com os modelos médios chegando a ter cerca de 300 chips.
Na década passada a eletrônica automotiva representava até 20% do custo dos carros e, atualmente, essa cifra ultrapassa 40%. Quem afirma é o diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Flavio Sakai.
Mas ao contrário do que se imagina, a indústria automotiva não é o principal cliente deste segmento. Segundo a consultoria Deloitte, a eletrônica automotiva representa cerca de 12% do mercado global, mas a principal responsável pela falta dos semicondutores na indústria automotiva é a demanda dos materiais de comunicação, com participação de 30% no mercado global dos semicondutores.
No ano passado, os semicondutores movimentaram cerca de US$ 460 bilhões, com crescimento de 11% em relação ao ano anterior. Para 2021 a previsão é de que as vendas cheguem a US$ 522 bilhões.
Se considerarmos que o Brasil tem uma fatia de 2,5% da produção mundial de veículos, a demanda automotiva por semicondutores no país deve representar cerca de 0,3% do mercado global.
Esses números mostram a relação desproporcional de causa e o efeito neste episódio. Reflete o total descompromisso com o desenvolvimento da indústria nacional. O Brasil tem plenas condições de produzir semicondutores para automóveis, caminhões, TVs, celulares e para toda a indústria em geral, mas falta ao país uma política tecnológica compatível com nosso porte demográfico e potencial de consumo.
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