CPI da Covid: contrato da vacina Covaxin ficou um mês sem fiscal
A servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Oliveira disse à CPI da Covid, ontem, que foi nomeada para fiscalizar a compra das vacinas Covaxin apenas no dia 22 de março. Contudo, o contrato havia sido firmado quase um mês antes, em 25 de fevereiro.
No dia 20 de março, os irmãos Miranda informaram ao presidente Bolsonaro as suspeitas de irregularidades na aquisição de 20 milhões de doses do imunizante indiano. Portanto, Regina Célia passou a atuar somente após as primeiras denúncias.
A servidora também afirmou que solicitou a suspensão do contrato de importação da Covaxin no dia 23 de junho. Nesse mesmo dia, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) foi a público, pela primeira vez, revelar as suspeitas de superfaturamento.
Pedido de suspensão
O pedido de suspensão só ocorreu após a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a importação dos imunizantes, não ter cumprido as datas de entrega estipuladas em contrato.
Perguntada sobre as consequências desses sucessivos adiamentos, Regina Célia disse que fez a primeira notificação à Precisa no dia 30 de março. Mas o pedido de suspensão ocorreu “só depois do meu relatório que foi feito recentemente, agora, no mês de junho”.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, reagiu: “Seu relatório foi feito em junho, depois do escândalo, depois da Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Sem recesso
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a Comissão não seguirá o recesso do Senado Federal, previsto para 18 de julho. “Nós não temos o direito, como senadores e senadoras, de tirar férias enquanto pessoas estão morrendo”, disse Aziz.
Retirada do sigilo de Dominghetti
Omar Aziz autorizou a retirada do sigilo do material contido no telefone celular do policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply e participou de negociações para oferecer ao Brasil 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. A decisão atende a uma questão de ordem apresentada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) na sessão de hoje da CPI.
Com informações da Rede Brasil Atual, Brasil 247 e UOL.