Automóvel, do carro popular ao artigo de luxo

A indústria automobilística mundial passa por profunda transformação. As exigências de descarbonização para atender à agenda ambiental e a constante introdução de componentes eletrônicos nos automóveis têm alterado as estratégias globais de investimentos e a forma de exploração dos mercados.

Foto: Divulgação

A eletrificação automotiva é a discussão do momento, tendo como debate central o alto custo do carro elétrico, um desafio que muitas montadoras não instaladas no país já estão enfrentando. A chinesa JAC Motors acaba de lançar o modelo E-JS1 que será o carro elétrico mais barato a chegar no Brasil e custará cerca de R$150 mil, sendo um carro menor que o Renault Kwid.

Em meio a essas transformações, o sonho do carro zero-quilômetro se distancia ainda mais do trabalhador brasileiro. Sem perspectivas de projetos nacionais expressivos para a eletrificação e com a forte desvalorização da moeda nacional, os preços dos automóveis não param de subir no país.

Em busca de maior rentabilidade, as montadoras instaladas por aqui abandonaram os carros populares e se concentram nos utilitários esportivos, os SUVs.

No primeiro semestre deste ano, essa modalidade representou cerca de 30% dos veículos vendidos no país. Por outro lado, os chamados veículos de entrada tiveram participação de apenas 12%. Ainda assim, com forte contradição em relação ao preço, pois os modelos mais baratos no Brasil atualmente são o Fiat Mob e o Renault Kwid que custam em torno de R$ 45 mil, ou seja, podem até ser chamados veículos de entrada do nosso mercado, mas carro popular, definitivamente não.

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