Motores flex, tecnologia brasileira para o mundo todo
A Índia, segundo país mais populoso do planeta, muito dependente das importações de petróleo bruto e com altos índices de poluição, decidiu adotar motores flex tendo o etanol como combustível. O programa deve entrar em vigor ainda este ano, afirmou o ministro indiano Nitin Gadkari, que citou Brasil, Canadá e Estados Unidos como exemplos bem-sucedidos de países que tem veículos com motores flex movidos por produtos agrícolas.
Em 2020, o mercado automotivo indiano comercializou cerca de 3 milhões de veículos, se posicionando como o quinto maior mercado de veículos do mundo, podendo subir ao terceiro posto já em 2026.
A decisão pode, portanto, favorecer o Brasil, que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. E para o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, poderá beneficiar o setor sucroalcooleiro brasileiro na exportação de etanol e equipamentos de processo, além de favorecer as montadoras e fornecedoras locais desta tecnologia, que dominam toda a competência tecnológica do sistema de combustíveis flex.
Essa notícia coloca em cena um movimento potencialmente virtuoso, que pode oferecer muitas oportunidades para a indústria automotiva brasileira, seja no campo das exportações dos veículos flex produzidos aqui desde 2002, como na viabilização de projetos de veículos elétricos híbridos a etanol, como mostram as iniciativas e anúncios recentes da Toyota e Volkswagen. Exportação com tecnologia brasileira, um caminho que se abre no novo cenário automotivo internacional.
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