Categoria precisa estar mobilizada e organizada para conseguir bons resultados na Campanha Salarial
Negociações iniciam em busca de aumento real para repor as perdas da inflação, mas patrões resistem

Com os preços dos alimentos e dos combustíveis nas alturas, a Campanha Salarial este ano está focada na busca por aumento real para repor as perdas com a inflação. Os representantes dos Metalúrgicos do ABC na FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos na CUT) seguem em conversas com as bancadas patronais sobre as cláusulas sociais e econômicas que norteiam a pauta dos trabalhadores.
Já foram iniciadas reuniões com os representantes patronais do Grupo 3, Estamparia e Grupo 8.3.
O coordenador da Regional Diadema do Sindicato, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, lembrou que o G3 tem CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) com vigência até 31 de agosto do ano que vem e que nesse grupo estão sendo debatidas novas cláusulas e o índice econômico. Já no G8.3 e na Estamparia, a garantia da Convenção termina no final deste mês e a luta é pela renovação, além das novas cláusulas.

“Como é de nosso conhecimento, nunca é fácil negociar, mesmo diante de um momento de inflação em alta com os preços nas alturas, a choradeira patronal nunca é diferente. Inclusive um dos grupos já falou até em parcelar o índice”, ressaltou.
“Vamos precisar de muita organização e mobilização para que ao final das negociações tenhamos um acordo que estabeleça a reposição das perdas salariais e também aumento real”, reforçou o dirigente.

Custo de vida
Da Lua lembrou ainda que o governo Bolsonaro não tem responsabilidade com os menos favorecidos e citou a alta nos preços que torna o custo de vida altíssimo.
“O preço do arroz, do feijão, do óleo, do combustível está insustentável. Os trabalhadores precisam ter sangue nos olhos e ir para cima na negociação, repor as perdas e obter algum ganho porque o custo de vida está altíssimo. O salário não dá para comprar o necessário para a subsistência de uma família”.
Da Lua destacou ainda que o Grupo 10 está sem Convenção Coletiva desde 2017 e que os trabalhadores desse grupo, mais do que nunca, precisam se mobilizar e lutar muito para conquistar a Convenção e um bom índice. Nos últimos anos, os acordos foram fechados por empresas.
É+
O tema da “Campanha Salarial 2021 É +, + salário, +vacina, + emprego, + direitos, + unidade”.
Os eixos são: preservação da saúde e da vida; garantia de emprego; aumento salarial que restabeleça o poder aquisitivo do trabalhador; valorização das normas coletivas de trabalho; política industrial com nacionalização de componentes, máquinas e equipamentos.
Plenária da FEM
A Federação realiza sua 8ª Plenária Estatutária nos próximos dias 6 e 7, das 9h às 13h, de forma virtual.
A agenda de amanhã inclui análise de conjuntura feita pelo economista Marcio Pochmann sobre os dilemas do movimento sindical, o texto-base da plenária e o balanço da gestão 2019-2021.
No sábado, os delegados e as delegadas discutem o plano de lutas e votam pna nova diretoria da FEM-CUT.
Confira a situação das cláusulas sociais por bancada patronal:
– Grupos com Convenção Coletiva válida até agosto de 2021
Estamparia
G8.2 – Sicetel e Siescomet: trefilação e laminação de metais ferrosos, esquadrias e construções metálicas
G8.3 – Sinafer, Simefre e Siamfesp: artefatos de ferro, metais e ferramentas, materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários, artefatos de metais não ferrosos
– Não assinou a Convenção Coletiva
G10 – Fiesp e outros: negociações foram por empresas no ano passado.
– Grupos com Convenção Coletiva válida até 2022
G2 – Sindimaq e Sinaees: máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos
G3 – Sindipeças, Sindiforja e Sinpa: autopeças, forjaria e parafusos
Sindicel: condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos
Sindratar: refrigeração, aquecimento e tratamento de ar
Fundição