Sindicato promove ciclo de debates sobre os percursos da Indústria 4.0 com especialistas do setor
Objetivo é preparar dirigentes para dialogar sobre a implementação desses novos processos visando, sobretudo, diminuir os impactos na vida do trabalhador
Teve início ontem o ‘Ciclo de Debates Indústria 4.0’ promovido pelos Metalúrgicos do ABC em parceria com a Unesp (Universidade Estadual Paulista), IndustriaLL-Brasil e Dieese. O primeiro encontro, realizado de maneira virtual, com o tema ‘Os pilares da Indústria 4.0’, foi apresentado por Fernando Ramalho Martins, mestre em Engenharia de Produção pela Unesp.
A atividade é idealizada e conduzida pelo diretor executivo do Sindicato, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e do Industriall-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva. O dirigente destacou que a criação do ciclo atende a uma demanda dos dirigentes sindicais.
“A ideia de trazer especialistas para debater o assunto é uma demanda dos dirigentes para que possamos discutir com mais embasamento esse tema. Selecionamos, juntamente com a Unesp, um percurso sobre os temas mais relevantes. Dessa forma, na hora em que formos negociar uma implementação, teremos mais subsídio para acompanhar o processo e dialogar melhor”, detalhou.
Intervir com foco no trabalhador
O dirigente destacou ainda que construir um ciclo de debates sobre o tema é importante para que os dirigentes sindicais façam uma reflexão sobre como deve ser a prática e assim possam intervir no dia a dia do processo.
“Com esse conhecimento, o dirigente terá melhores condições de pautar a empresa, o setor econômico em que atua, além de pensar a própria política pública para a Indústria 4.0. Essa primeira palestra, assim como as demais, deve aprimorar a prática para que possamos fazer uma atuação no Brasil reduzindo o impacto na vida dos trabalhadores e possibilitando que o ganho gerado seja dividido com eles”.
Os pilares da Indústria 4.0
Na palestra de ontem, Fernando Ramalho Martins lembrou o significado do tema. “Esse termo representa uma forma de encapsular um novo paradigma econômico, um novo modelo de relações industriais que não deixa de ser um modelo inserido em uma economia capitalista de mercado que visa o lucro”.
O palestrante também explicou porque a Indústria 4.0 é considerada a quarta revolução industrial. “Isso surge devido à mudança significativa nos padrões de produção e de distribuição das mercadorias. Se na primeira revolução industrial tínhamos uma produção baseada em mecânica com água e vapor como fonte motriz, na segunda já tínhamos uma produção em massa em linhas de montagem. A terceira era baseada na tecnologia eletrônica e internacional, e agora, na quarta revolução industrial, temos os sensores, interconectividade, análise de dados e uma maior eficiência”.
Próximos temas
Os encontros serão quinzenais, reservados apenas a dirigentes sindicais inscritos. No próximo, o debate será sobre os Grandes projetos internacionais, conduzido pelo professor na USP Mário Sergio Salerno. No seguinte, será abordado o tema Iniciativas públicas rumo à Indústria 4.0 Brasil, por Ana Cristina Costa (BNDES). No primeiro encontro em outubro, Jorge Boeira (Cognitio) e Carlos Frees (Smart) abordarão o assunto Internet das coisas. O penúltimo encontro trará a questão Competências e I 4.0, com Jorge Muniz (Unesp). A última palestra do ciclo vai focar no tema Sindicalismo, abordado pelo secretário da IndustriALL Global Union, Valter Sanches.