Por que os carros elétricos são tão caros no Brasil?

No ano passado, as vendas de veículos eletrificados deram um salto no Brasil. Foram emplacadas 19.745 unidades, um aumento de 66,5% em comparação com 2020

Bateria, células de energia, inversor e o dólar. Esses são, basicamente, os itens mais caros de um carro elétrico. No ano passado, as vendas de veículos eletrificados (100% elétricos e híbridos) deram um salto no Brasil. Foram emplacadas 19.745 unidades contra 11.858 em 2019. Esse avanço representa aumento de 66,5%, um abismo muito grande em comparação à queda de 26,2% do mercado de automóveis de passeio e comerciais leves com motor a combustão.

Nesse cenário, a pergunta que os executivos das montadoras fazem é óbvia: se tamanho crescimento aconteceu com os preços dos modelos com propulsão eletrificada nas alturas, como seria se eles fossem mais acessíveis? Há alguns fatores que explicam os valores exorbitantes cobrados pelos modelos eletrificados no Brasil. A bateria, que antes era a vilã principal, ainda é um calcanhar de aquiles, mas o maior empecilho hoje se chama carga tributária.

De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os impostos aplicados sobre o carro elétrico já caíram muito no Brasil, mas poderiam melhorar ainda mais. Antes, o imposto de importação era de 35% e, em 2015, foi para zero no carro elétrico e 2% no híbrido. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) era de 25% e, em 2019, baixou para 9%, em média.

É um ciclo vicioso. Sem vender muito no Brasil, não há larga economia de escala. Consequentemente, as marcas não montam em torno de si uma estrutura de sistemistas e fornecedores locais. Uma coisa está ligada a outra. A escala derruba os preços; porém, a nossa realidade impede que o veículo elétrico seja mais barato, pois continuaremos dependendo das importações, com a cotação do dólar alta os veículos não terão margem para reduzir o custo.

Da Isto É Dinheiro