Pedagogia do Oprimido: a obra que transformou a educação no mundo

A obra icônica de Paulo Freire foi escrita entre 1964 e 68 no seu exílio no Chile.

Diante da impossibilidade de publicar a obra no Brasil e também no Chile, a Pedagogia do Oprimido foi publicada nos Estados Unidos, em 1968, com estímulo do teólogo norte-americano Richard Shaull. É o livro de autor brasileiro mais lido e citado no mundo e traduzido para dezenas de idiomas.

A grande obra de Paulo Freire, como o próprio nome diz, é uma profunda reflexão sobre a experiência educativa do autor com os oprimidos, desde os trabalhadores no SESI de Pernambuco e nos círculos de cultura do Recife, os camponeses de Angicos (RN) e de outras partes do Brasil e com os camponeses no Chile.

Entre os muitos aspectos dessa obra densa e complexa, se destaca a crítica à concepção “bancária” de educação, o que chamamos de educação tradicional, que despeja conhecimento sobre o educando sem levar em conta os seus saberes.

Essa postura era marcadamente dominante nos cursos de alfabetização em que o “analfabeto” era estigmatizado como ser desprovido de cultura e conhecimento. Paulo Freire chamou essa postura de “alienação da ignorância”, segundo ele, ter consciência de que não sabemos tudo é uma atitude fundamental para praticar uma pedagogia emancipatória, porque leva em conta a possibilidade de aprender com o outro, uma atitude básica para que o conhecimento seja uma construção coletiva.

 É a partir da troca entre esses diferentes saberes que se cria a possibilidade de reflexão sobre a vida e de leitura do mundo de maneira crítica e transformadora.

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