Prevent Senior retirava diagnóstico de Covid-19 do prontuário de pacientes

A operadora de saúde é acusada de pressionar médicos conveniados para usar pacientes como cobaias humanas na prescrição do “kit covid”. Sobre a indicação do tratamento precoce, o diretor alegou autonomia dos profissionais.

Porém, o depoente reconheceu que a operadora orientou a alteração no prontuário de pacientes diagnosticados com Covid-19. Mensagem obtida pela Comissão revela orientação de que, após 14 dias do início dos sintomas, para pacientes de enfermaria, ou 21 para pacientes com passagem em UTI, a CID (sigla de classificação internacional de doença) deveria ser modificada para qualquer outra classificação. Desse modo, a identificação indicaria que os pacientes já não teriam mais necessidade de isolamento.

Condição de investigado

Durante a sessão, os parlamentares decidiram que o diretor da Prevent Senior passará à condição de investigado. As informações colhidas sobre ele serão enviadas à PGR (Procuradoria-Geral da República) e ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo). 

Atestado de óbito fraudado

Um dossiê entregue à CPI da Covid, elaborado por 15 médicos que teriam trabalhado para a operadora, aponta que a declaração de óbito da mãe do empresário Luciano Hang, Regina Hang, teria sido fraudada. Ela morreu em fevereiro, aos 82 anos, no hospital Sancta Maggiore, da operadora, em São Paulo.

De acordo com os profissionais, a suposta fraude na declaração de óbito seria mais um entre os “inúmeros casos que não foram devidamente noticiados” relacionados à Covid-19. Pedro Benedito reiterou que não comentaria casos de pacientes, alegando sigilo médico.

Machismo

No depoimento de terça-feira, 21, o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de “descontrolada”. A fala gerou tumulto, e o ministro deixou a sessão. Por decisão da Comissão, ele passou da condição de testemunha para a de investigado.

Com informações da Rede Brasil Atual