Bancadas patronais pedem trégua após pressão da categoria

Os metalúrgicos do ABC, reunidos em assembleia geral no último dia 24, decidiram protocolar aviso de greve para as bancadas patronais que não chegaram a um acordo na Campanha Salarial. Na segunda-feira, 27, a FEM/CUT protocolou o aviso de greve para o G10 e o G10 (Aeroespacial). Os demais, G2, Siniem e Siamfesp pediram mais um dia para apresentar nova proposta.

“A Federação, mais uma vez, esperando o bom senso por parte dos sindicatos patronais e na expectativa de um consenso na negociação coletiva, dará essa trégua até esta quarta-feira. Não havendo proposta desses três grupos, o aviso de greve será protocolado”, frisou o coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho.

A respeito do G10 e do G10 Aeroespacial que há cinco anos não fecham a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) com a FEM/CUT, Genildo lembrou que existe um trabalho intenso do Sindicato para que os trabalhadores não fiquem desprotegidos.

“Em todos os anos esses patrões demonstram seu absoluto descaso pelos trabalhadores e não sentaram para negociar. Nós, pensando em garantir os direitos desses metalúrgicos e metalúrgicas, temos feitos acordos individuais por empresa para que todos estejam amparados”, ressaltou.

Apesar de chegar ao reajuste pelo INPC de 10,42%, a proposta do G10 Aeroespacial foi rejeitada porque não houve acordo com relação à renovação das cláusulas sociais na Convenção Coletiva. O G10 tradicional não negociou com os representantes da Federação.

Já os patrões do G2 foram os mais irresponsáveis e apresentaram parcelamento do reajuste em três vezes. A proposta foi rejeitada na mesa. (Confira abaixo as propostas detalhadas que foram recusadas).

Acordos aprovados

Nas bancadas do G8.2 (Sicetel e Siescomet) Sindratar, Sifesp, Sindifupi, Sindicel, G3 (Sindipeças, Sindiforja e Simpa) e G8.3 (Simefre e Sinafer) as propostas de reajuste foram aprovadas e a CCT renovada.

É+

O tema da “Campanha Salarial 2021 É +, + salário, +vacina, + emprego, + direitos, + unidade”.

Os eixos são: preservação da saúde e da vida; garantia de emprego; aumento salarial que restabeleça o poder aquisitivo do trabalhador; valorização das normas coletivas de trabalho; política industrial com nacionalização de componentes, máquinas e equipamentos.

Grupos/ Sindicatos com propostas rejeitadas

• G10 (Fiesp e outros)

– Não apresentou proposta

• G10 (Aeroespacial)

– 10,42% nos salários, no piso e no teto retroativo a 1° setembro de 2021;

– Continua discutindo as Cláusulas Sociais.

• SINIEM (Estamparia)

– Proposta de 10,42% nos salários, pisos e teto em 01/09/21, com a opção de parcelamento em 2 vezes, sendo: 5,08% em 01/09/21 e 5,08% em 01/03/22;

– Onde parcelar, terá garantia de emprego pelo mesmo período, de 01/09/21 até 28/02/22;

– Não aceita cláusula da vacina, nem a cláusula de nacionalização;

– Renovação das cláusulas vigentes por 1 ano.

• SIAMFESP (artefatos de metais não ferrosos)

– Proposta parcelada em 2 vezes: 5,21% em 01/09/21 e o restante em 01/02/22 nos salários, pisos e teto;

– Aceita a cláusula da vacina e nacionalização de componentes;

– Renovação das cláusulas vigentes por 1 ano.

• G2 SINDIMAQ e SINAEES (máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos)

– Proposta parcelada em 3 vezes: 3,47 em 01/09/21; 3,47% em 01/01/22 e 3,48% em 01/04/22;

– Teto congelado;

– Aceita a cláusula da vacina e nacionalização de componentes;

– Renovação das cláusulas vigentes por 2 anos.